Tela Azul - Nova droga. (90 DIAS)

Tela Azul - Nova droga. (90 DIAS)

Eu podia começar com uma frase bonita ou talvez de como percebi que as redes sociais consomem imenso tempo da vida e decidi parar, como se não fosse humana, como se não nascesse apta para falhar como todos os humanos ou sequer me tornaria menos por falhar. Então começo pela verdade, a verdade, é que eu tornei-me viciada em redes sociais, quando falo de vicio, falo de desequilíbrio, falo da dimensão, a dimensão que eu dava as coisas.

Decidi que seria o Instagram porque me consumia imenso tempo, em relação às outras redes sociais, que era uma coisa muito passageira, conseguia passar horas a fio no Instagram e no Facebook, 10/20 minutos no máximo. E o mais alarmante é que eu sou a próxima geração e se o futuro está mais preocupado com gostos e comentários numa plataforma do que criar relações interpessoais, encontramos o problema, se não o maior problema que iremos ter, aliás já o enfrentamos diariamente.

Como eu gosto de um bom desafio, resolvi começar um desafio comigo mesma, 90 dias sem redes sociais. Cá para mim, não existem fazer as coisas com meio termo, não havia uma semana ou um mês, foi logo três meses. Ou faço ou não faço, então foi simples, EU FIZ.

Então, eu abdiquei das redes sociais, a principio foi estranho e claro que cai na tentação algumas vezes mas isso faz parte, eu poderia simplesmente fingir que nunca tinha acontecido e voltava para o vício mas eu não, não me podia dar como falhada. Era a minha palavra e o meu compromisso que estava em jogo e pior do que falhar, é não fazer.

Eu trocaria a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates. — Jobs, Steve.

Então comecei de novo, de volta ao 0, o tempo se foi passando, eu confesso que por muitas vezes ouvi o "Tu também inventas com cada coisa. " ; "Dou-te uma semana" — Então para quem disse que me dava uma semana, eu respondo, dei-me três meses, três meses longe de algo que não me pertencia ou sequer me pertence.

Comecei a ver uma vida diferente da que eu tinha em perspectiva. Reparei que as pessoas estavam tão dependentes da tecnologia que as coisas se tornam perigosas, assim como utilizar o telemóvel enquanto se conduz entre muitos outros. Agora que este desapego das redes sociais está a prestes a terminar, eu percebi como eu lidei bem com o desapego porque no final das contas, é recente, não é algo intrínseco a mim.

Mas devo de admitir é preocupante, vivemos numa sociedade em que o telemóvel, este que em tempos atrás não era nada agora é uma das maiores limitações do Homem no que toca às relações interpessoais. E eu sou uma pessoas que gosta de pessoas e confesso que uma das coisas que mais me deixa desanimada é nos almoços, existem mil e temas que podemos falar mas mesmo assim há que troque a companhia de uma pessoa por uma máquina.

Eu acho que a tecnologia é o futuro mas é preciso entender que o Homem é um ser gregário e que temos de acrescentar valor aos outros.

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