A telegestão da iluminação pública

A telegestão da iluminação pública

A telegestão da iluminação pública

Desde a transferência dos ativos de IP realizada a partir da resolução n° 414/2010 da ANEEL, os municípios passaram a ser responsáveis pela gestão do serviço de iluminação pública. Pouco foi feito a partir de então pelas distribuidoras de energia elétrica brasileiras no sentido de capacitação do corpo de colaboradores das prefeituras para que pudessem ter o mínimo necessário para realizar tal gestão e muito menos no sentido de entregar um parque de iluminação adequado, o que de fato houve foi a transferência de sistemas de iluminação precários, com equipamentos ineficientes, que iluminavam mal e que ainda apresentam risco à vida dos transeuntes. Serviços como: manutenção, operação, projetos e obras, são apenas alguns dos serviços associados à gestão da iluminação pública e que foram absorvidos pelas administrações públicas, mas também podemos destacar a necessidade de se realizar à fiscalização dos ativos de IP e o monitoramento do faturamento energético destes ativos.

Em virtude das dificuldades para realização de tantos serviços e com tantos problemas existentes dos sistemas de iluminação pública das cidades, a tecnologia LED ganhou destaque neste cenário, pois era uma alternativa tecnológica que se tornou viável para realizar a melhoria da qualidade da iluminação pública nas cidades e ao mesmo tempo proporcionando elevada eficiência energética. O que se observou ao longo dos anos foi que com o uso da tecnologia LED ainda seria possível compatibilizá-la com equipamentos de telegestão. Sendo assim a telegestão da iluminação pública aparece neste cenário como sendo uma ferramenta tecnológica que permite ao gestor da iluminação pública a realização de uma gestão mais eficiente, uma vez que dentre tantos benefícios podemos destacar:

a)    Eficiência energética: Com o estabelecimento dos padrões de dimerização das luminárias LED pertencentes aos circuitos exclusivos de IP medidos, desde que não haja transgressão para menor dos requisitos mínimos estabelecidos na NBR 5101, é possível gerar maiores economias referentes ao consumo dos ativos de IP, sem que haja comprometimento da qualidade da iluminação.

b)    Fiscalização dos ativos de IP: Com a geração de alertas/alarmes de falhas e defeitos, é possível que sejam identificados problemas de iluminação (luminárias acesas e/ou apagadas indevidamente, situações de falta de energia, sobretensão e subtensão) e sendo assim economizar com os custos necessários para manter equipes de ronda circulando pelas cidades e evitando deslocamentos indevidos das equipes operativas e de manutenção.

c)     Manutenção preventiva: A Leitura de grandezas elétricas tais como: Energia ativa (para fins de faturamento), tensão, corrente, potência ativa e fator de potência (como informação), bem como a realização de Data analytics a partir dos softwares de telegestão é possível realizar a aquisição de dados técnicos fundamentais para estabelecimento de um ciclo de manutenção preventiva, monitorando vida útil das luminárias LED, programação e histórico de intervenções, materiais aplicados na iluminação, entre outros.

d)    Monitoramento do faturamento do consumo de energia: É possível realizar a comparação entre o consumo real dos ativos de IP medido, com as faturas emitidas pela distribuidora, podendo assim serem identificados casos de ligações clandestinas na rede elétrica.

e)    Aquisição de dados técnicos: Todos os dados gerados a partir dos equipamentos de telegestão e apresentados nos softwares podem ser utilizados como base para o gestor da iluminação pública realizar o dimensionamento adequado dos materiais necessários, das equipes operativas necessárias, acionamento de garantia de equipamentos e preservar um histórico de intervenções realizadas nos parques de iluminação.

Portanto, podemos destacar a telegestão da iluminação pública como uma ferramenta crucial para as cidades possam avançar no conceito de cidades inteligentes e que possibilita ao gestor, a realização de uma gestão tecnológica, inovadora, integrada, eficiente e dinâmica, afinal de contas como dizia o grande doutor e professor de mantenabilidade dos sistemas elétricos, do curso de engenharia elétrica da UFPE, Cícero Mariano:

“ Toda manutenção que carece de dados técnicos é uma manutenção pobre”

Indico, então, o primeiro Guia de Telegestão em Iluminação Pública que foi elaborado pelo Comitê Técnico da ABCIP com o objetivo de difundir o conhecimento sobre os sistemas de monitoramento aplicáveis à iluminação pública, trazendo conceitos básicos e gerais sobre o tema.

Para conhecer todo o documento, acesse: https://bit.ly/3n4SKEZ

Versão em inglês, acesse: https://bit.ly/34koLBT

Versão em espanhol, acesse: https://bit.ly/3ocdEC4

Luana Tomé

Arquiteta Lighting Designer

2 a

muito bom!!

Ricardo Santiago

Gerente de PPP Luz de Caruaru

2 a

É importante destacar que o ativo de iluminação pública cobre toda extensão da cidade, logo, luminárias telegeridas podem possibilitar o tráfego de informações obtidas por sensoriamentos remotos de ativos públicos, tais como, aviso de inundações de vias, fluxo de veículos, micro movimentação de solo de barreiras... Possibilitando assim ao gestor público, as mais pontuais e rápidas tomadas de decisões.

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