Teleproteção
A proteção de linhas de transmissão é feita principalmente considerando o uso da função de proteção de distância. Essa função opera através da medição da distância elétrica entre o ponto da falta e a localização do relé. Entretanto, funções de proteção clássicas operando de forma isolada podem demorar a eliminar a falta, a depender do tipo de curto-circuito que ocorre, da sua localização, e do valor de sua impedância de falta.
Para auxiliar a operação das funções de proteção e melhorar o desempenho dessas, são utilizados esquemas de teleproteção. A teleproteção pode ser definida como a associação da operação da função de proteção com auxílio de sistemas de telecomunicações. Um dos principais objetivos desses esquemas é acelerar a operação das funções de proteção.
Existem diversos tipos de esquemas de teleproteção. Os mais comuns são: Esquema de Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance (POTT), Esquema de Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance (PUTT), Esquema de Comparação Direcional de Desbloqueio (DCUB), Esquema de Comparação Direcional de Bloqueio (DCB), Transferência de Disparo Direto (DTT), entre outros.
Essa publicação apresentará o esquema POTT. Esse esquema opera baseado na zona de sobrealcance da proteção de distância (21). A zona 2 de forma geral, opera considerando uma temporização para coordenação de proteção com linhas de transmissão adjacentes. Com o esquema POTT, a zona 2 opera de forma instantânea, e garante que a falta detectada pela proteção 21 é interna a linha de transmissão protegida.
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De forma simplificada, a operação do esquema POTT ocorre da seguinte forma. Considere a linha de transmissão da Figura 1. Ambos os terminais da linha de transmissão (terminais A e B) estão configurados com duas zonas diretas: zona 1 ajustada em 80% da impedância da linha de transmissão e zona 2 ajustada em 120% da impedância da linha de transmissão. Para uma falta localizada na metade do comprimento da linha de transmissão, os IEDs de proteção localizados nos dois terminais da linha irão enxergar a falta pela zona 2 da proteção de distância. Ao detectar a falta pela zona 2, eles irão enviar mensagens permissivas para o IED do terminal remoto indicando a presença de uma falta interna à linha protegida. Cada IED do terminal remoto enxergando a falta por zona 2 e recebendo o sinal permissivo, libera o sinal de trip para o disjuntor local. De forma simplificada, o esquema POTT opera em uma condição de recepção do sinal permissivo mais a detecção da falta pela zona 2 da proteção de distância.
Escritor: João Victor Cardoso
Revisor: Paulo Henrique Barbosa S . Pinheiro
Edição: Maria Gabriela da Silva Marins