Tem alguma coisa errada com o ranking "World´s Best Hospitals", da Newsweek...
Priscila Gorzoni
Jornalista, criadora do Portal Exótico das Curiosidades, Portal das Manas, Portal Hospitais Mortais, Canal Mulher Pós Moderna, Canal Exótico das Curiosidades, Canal Hospitais Mortais
Por: Pris Gorzoni
Com 23 anos no jornalismo, passei a não me surpreender mais com o que leio na grande e pequena imprensa.
Infelizmente boa parte dos jornalistas publica listas, rankings, e até releases, sem as informações:
Quem participou da comissão? Quais foram os critérios das escolhas? Os consumidores foram ouvidos? O que está por trás de fato da lista dos chamados ´The Best`?
A quem interessa uma lista dos supostos ´Melhores` hospitais do mundo, sendo que boa parte deles é carta marcada.
Aprendi, que os supostos ´Melhores`, na realidade são os piores, ou contém alguns dos piores.
O próprio Machado de Assis costumava dizer: Aos vencedores, as Batatas.
Um ranking suspeito
Me deparei nessa semana com o tal ranking dos ´Melhores`(Será?) hospitais do Mundo` em publicações replicadas.
Não posso chamar os textos de matérias, pois existe uma diferença clara entre releases e matérias, e um bom jornalista sabe diferenciar uma da outra.
O tal ranking foi repetido pelas mídias: G1, O Antagonista, R7, O Globo, VivaBem/UOL, entre outros, sem a menor crítica.
O texto, um release, foi praticamente repetido, apenas com algumas modificações, só para não ficar na cara de que era um release.
Esse é um dos exemplos claros de que a qualidade do jornalismo vem caindo dia a dia.
No release, que se fazia passar por matéria, o repórter 'enchia ainda mais a bola` de alguns hospitais brasileiros.
Havia uma parcialidade e uma falta de crítica transparentes.
Mas faltou colocar as informações mais importantes, como por exemplo: Quem fez parte da comissão e se há alguma relação entre os médicos da comissão e os esses hospitais.
Os médicos da comissão conhecem ou já experimentaram os hospitais brasileiros eleitos?
Como provar que os médicos da comissão não tem relação com os hospitais selecionados?
Estavam nesse lista os Hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês, e um velho conhecido Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Esse último jamais poderia estar nessa lista, por várias razões lógicas e racionais. Uma delas, a de que não tem avaliação boa o suficiente para ser considerado um dos melhores do mundo.
O ranking foi promovido pela Newsweek, que selecionou um grupo de MÉDICOS estrangeiros para montar a lista.
Segundo a revista, trata-se de médicos ´imparciais` e ´muito qualificados`.
O que na minha opinião, não são requisitos suficientes para eleger hospitais como os melhores do mundo.
Todos vocês já ouviram falar do corporativismo na medicina? Pois é, por isso não acredito em imparcialidade na classe médica
A comissão era composta pelos médicos: David W. Bates, MD (Hospital Brigham and Women, Boston), Jens Deerberg-Wittram, MD (Rosenheim, Alemanha), Gary S. Kaplan MD (Virginia Mason Franciscan Health, Seattle), Prof. Gregory Katz (Escola de Medicina da Universidade de Paris, Paris), Christoph A. Meier, MD (Hospital Universitário de Zurique e Universidade de Genebra, Suíça) e Eyal Zimlichman, MD (Centro Médico Sheba, Ramat Gan, Israel).
Nessa lista não há médicos da América Latina, América do Sul e nem do Brasil.
Algumas questões vieram a minha mente jornalística:
Embora, eles tenham assinado uma carta ética, não é possível saber quais ligações esses médicos tem com os hospitais do ranking.
E mais, eles desconhecem a realidade dos hospitais no Brasil, que inclusive é caótica?
Por mais que tenham formação, experiência no setor da medicina, eles não vivem no Brasil, e não sabem como funciona a saúde e os hospitais daqui.
Seria mais inteligente e coerente, que os consumidores brasileiros elegessem os melhores hospitais do país, e não os médicos estrangeiros.
Afinal, me parece óbvio, que só quem pode eleger o melhor é o usuário.
Esse ranking teria credibilidade se fosse feito com base, por exemplo, nas avaliações do Reclame Aqui, pois lá o consumidor é sincero e posta a real experiência que teve com determinado estabelecimento.
Vou dar de como esse ranking é furado.
Alguns exemplos de que o ranking é no mínimo suspeito, para não dizer outra coisa...
Um dos Hospitais, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, eu conheci bem, infelizmente.
Esse hospital possui várias Unidades, uma delas é a Unidade da Paulista, elitizada, só atende uma casta da população, inclusive celebridade, e não é inclusiva.
Eles tem como política investir em um marketing pesado e assessorias de imprensas.
Por isso, muitas vezes o que você ouve falar dele é só marketing, estando lá a coisa é bem diferente.
Eles também possuem a Unidade da Vergueiro, que é bem popular, precária, pronto socorro improvisado, péssimo atendimento, UTI inadequada, sem quartos de isolamentos, histórias de várias infecções hospitalares, ouvidoria não funciona, não dá apoio aos familiares e pacientes, faz cobranças indevidas e abusivas.
Um consumidor do Reclame Aqui chegou a dizer que a Unidade da Vergueiro é "Um Sus com cara de hospital privado".
Outros pacientes, que estiveram lá, escrevem:
"OSW CRUZ VERGUEIRO NÃO TEM O MÍNIMO DE RESPEITO PELO PACIENTE"
"O paciente não tem voz ativa para reclamar da relação médico/paciente. É uma pena porque com isso, se eu tinha algum conceito sobre esse tão renomado Hospital, agora quero distância e saberei com certeza, tecer minha opinião a respeito sobre tal".
"FUJAM DO HOSPITAL OSWALDO CRUZ VERGUEIRO, POIS CONSTRANGE USUÁRIO COM COBRANÇA ILEGAL"
"Negligência em atendimento do hospital alemão Oswaldo cruz. Quem estiver lendo , sirva de alerta o plano não deu negativa pois não recebeu a lista . Existe órgãos q regulam o plano, mais provavelmente não existe um órgão q regule essa conduta do hospital , fiquemos atentos"
"Falta de transparência - Cirurgia cancelada. Estou formalizando esta reclamação para deixar registrado o quão indignado estou com o descaso e a falta de competência desta instituição. Vocês não têm o direito de agir dessa forma, tratando os pacientes como se fossem meros números em uma planilha! É hora de acordarem para a realidade e começarem a agir com a seriedade e o respeito que a saúde das pessoas merece!"
Tem mais reclamações, inclusive da Unidade Paulista, a elitizada.
"COBRANÇA - PÉSSIMO ATENDIMENTO"
Um Hospital assim jamais poderia estar na lista do ranking dos melhores hospitais do mundo. Já que a avaliação precisa contemplar todas as unidades do hospital.
O Reclame Aqui é o termômetro do consumidor
No Reclame Aqui a avaliação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em sua Unidade Vergueiro, consta como regular, apenas alguns pontos acima do ruim.
A nota dada a ele pelos consumidores que o frequentaram é: 4,3. Muito baixa para um hospital que entra para um ranking dos melhores do mundo.
90% das reclamações se referem ao hospital em seu todo.
A avaliação leva em conta não a qualidade dos serviços, mas a prontidão da ouvidoria responder, com Ctlr C + Ctlr V aos clientes.
Aliás, em responder prontamente, eles são bons. Só nisso.
É uma questão de noção, a avaliação regular já indica que o hospital é ruim, medíocre. Sobretudo para um hospital que é colocado na ranking dos melhores do mundo.
Quando você entra no Reclame Aqui, consegue ler reclamações variadas dos usuários do hospital, que vão desde cobranças indevidas, abusivas, até negligências e tratamentos ruins.
O Pronto Socorro tem várias reclamações, de demora no atendimento à confecções de exames errados.
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Na Unidade da Paulista, a avaliação não é boa, na última vez que vi, eles tinha no total a nota 6.5. O que para um hospital melhor do mundo, deixa a desejar.
Entre as reclamações 70,32% são sobre o hospital.
Em 2019 e 2020, o Hospital foi multado pelo Procon no valor de R$ 242 mil, por práticas abusivas, entre outras coisas.
Lembrando, que essas são algumas das reclamações, que o hospital não fez o Poder Judiciário retirar.
O hospital Alemão Oswaldo Cruz costuma processar pessoas que reclamam de seus serviços no Reclame Aqui.
Além do serviço deixar a desejar, eles censuram os clientes.
Eles retiraram 17 reclamações minhas do Reclame Aqui, por meio do Poder Judiciário.
Os problemas descobertos sobre esse hospital são vários, eles vão desde infecções hospitalares, falta de limpeza, estrutura precária, cobranças indevidas, abusivas, censura a consumidor e jornalistas, médicos sem comunicação clara e bom atendimento, ouvidoria não funciona e falta de apoio aos pacientes e seus familiares.
No JusBrasil, eles tem vários processos por questões trabalhistas, danos morais, erros médicos, infecções hospitalares.
Então, a grande pergunta é: Como um hospital com esse histórico entra para o ranking dos melhores do mundo?
Tem alguma coisa errada, ou muitas no ranking "World´s Best Hospitals", da Newsweek...
Eu indico a comissão dos médicos que elegeram esse hospital a se internarem na Unidade Vergueiro.
Tenho certeza de que eles vão adorar a hospitalidade e quem sabe, as infecções hospitalares.
O meu pai teve mais de 8 lá....
Um caso real
"Hospital causa mais de oito infecções hospitalares em paciente e entra para o ranking ´ficcional` da Newsweek"
"Era um dia de final de outubro de 2022, o paciente faria uma simples biópsia, um procedimento normal, corriqueiro, inclusive com um neurocirurgião renomado e de fora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, da Unidade Vergueiro de São Paulo.
Mas, não foi exatamente assim...
O paciente passou pela biópsia sem intercorrências, estava muito bem, antes de ir para a UTI desse hospital.
Passado alguns dias, desceu para o quarto de internação e constataram em um exame, que o paciente havia contraído SARS COV 2.
Cheguei no quarto de dei de cara, com ele muito pálido, apático e com um respirador no nariz.
A notícia caiu como uma bomba.
Teria que ficar mais alguns dias no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Ali começaria um pesadelo que mudaria as nossas vidas, e resultaria em um final trágico.
Passado alguns dias, ele melhorou do SARS COV 2, mas depois, durante os 3 meses tortuosos de estadia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Unidade Vergueiro, pegou sucessivamente, mais oito infecções hospitalares.
Em alguns momentos, ele pegou duas infecções hospitalares ao mesmo tempo.
Ele passou pela internação, UTIS 5 E 6 desse hospital, foi intubado duas vezes, e por fim fizeram traquestomia.
Sua vida, e as nossas nunca mais seriam a mesma coisa.
Cheguei a dormir mais de 20 noites na UTI ao lado dele. Não confiava no hospital, nem na UTI era uma infecção hospitalar atrás da outra.
Até um leigo percebe que havia alguma coisa errada nesse hospital.
Nas UTIS havia um entra e sai de pessoas, era uma movimentação bem acima do normal, não havia quartos de isolamentos e nem informações sobre infecções hospitalares.
As pessoas entravam sem toucas, propés, aventais, luvas e não me lembro de ter visto um lavatório na entrada.
Não havia informações sobre infecções hospitalares, o que me faz intuir que os profissionais desconhecem o assunto, ou de negam a se responsabilizar por ele.
O paciente pegou as seguintes infecções hospitalares nesse hospital: Candida albicans, Staphylococcus Epidermidis, serratia marcens, candida tropicalis, aspergilus, stenotrophomonas maltophilia, paenibacillus provencensis, echerrichia coli, sars cov 2.
Sendo que os quatro fungos Candida albicans, candida tropicalis, aspergilus, Cândida Glabrata. Todos considerados, os fungos mais perigosos do mundo, segundo a OMS.
Lembrando que infecção hospitalar se configura como uma infecção causada por bactérias, fungos e vírus pegos em contexto hospitalar.
Segundo os protocolos da ANVISA é infecção hospitalar quando comprovados em exames 48 a 72 horas após a entrada do paciente no hospital.
Os médicos em boa parte, desconhecem o uso dos antifúngicos e existem poucos remédios para tratar os fungos. Portanto, os fungos são mais perigosos.
O paciente lutou muito, durante 3 meses, mas nem o incrível Hulk conseguiria sobreviver a nove infecções hospitalares.
Ele foi apenas para fazer uma biópsia e tratar a sua saúde, tratamento que já estava previamente planejado.
Mas não conseguiu, morreu no final de janeiro, ironicamente com boa parte das bactérias e fungos hospitalares no organismo.
Eu vi o meu pai morrendo, e não consigo dizer o que sinto sobre isso.
Eu acompanhei todas as infecções hospitalares nesse hospital, em que descrevo como o purgatório em forma de hospital.
Sigo denunciando esse hospital, e farei isso até os meus últimos dias na terra.
Meu pai morreu no dia 28 de janeiro de 2023, eu fui sozinha busca o corpo dele. O ódio do hospital era intenso, muito forte, mas ele me fez aguentar em pé.
O corpo do meu pai estava todo machucado, os pés amarrados, e ele tinha um olhar de profundo terror. Nunca vou me esquecer disso.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, segue me perseguindo nas redes sociais, canais. Quer me silenciar. Além de ter causado 9 infecções hospitalares ao meu pai, esse hospital se sente no direito de me amordaçar.
Em março, eles fizeram um BO mentiroso, deturpando coisas que escrevi no Reclame Aqui. E entraram na justiça aprovando uma liminar, que retirou 17 das reclamações que coloquei no Reclame Aqui.
Todas reclamações, que enviei para a ouvidoria do hospital pedindo para que tomassem providências com relação às infecções hospitalares.
Não fizeram nada.
Derrubamos a liminar deles, que tentava me silenciar, mas eles seguem entrando com recursos no STF e tentando tirar a minha justiça gratuita.
É um hospital muito rico, e a posição é totalmente desigual. E eles ainda tentando me tirar a justiça gratuita.
Nesse tempo, conheci outras vítimas desse hospital e de outros...
A dor é muito parecida.
Infecção hospitalar é crime, e a jurisprudência considera responsabilidade objetiva do hospital. Ou seja, o hospital e o grupo da saúde que atenderam o meu pai são os responsáveis.
Após a morte do meu pai, eu quis entender quem era o culpado da morte dele. Agora eu sei.
Estudei infecção por infecção, li todo o prontuário e resolvi ajudar outras pessoas a entenderem esse tema e protegerem os seus pais.
Criei o site e o Canal Hospitais Mortais para me ajudarem a lidar com a minha dor.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz está tentando derrubar o meu canal e site.
Mas eu sigo na luz...."