Tem espaço de sobra e pensou em um coworking? Leia antes de abrir

Tem espaço de sobra e pensou em um coworking? Leia antes de abrir

O aumento do número de coworkings e o crescimento deste modelo de negócio são uma realidade, como apontou a pesquisa Censo Coworking 2016 realizada em nível nacional e que retratei anteriormente aqui no Pulse Linkedin no artigo Coworkings e escritórios virtuais se multiplicam e movimentam o mercado corporativo no Brasil.

Hoje trago outro questionamento: com o aumento substancial dos espaços vagos e vacância em prédios comerciais, esta promessa de lucratividade nos coloca diante de um “mar azul de oportunidades de negócio”?

 Coworking or not coworking? That’s the question.

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Deixando a filosofia e os estrangeirismos de lado, para responder a essa pergunta precisamos considerar as variáveis e condicionantes que envolvem a aplicação deste modelo num espaço disponível.

Somemos isso ao tentador índice do aumento de mais de 50% de coworkings só no último ano, vemos surgir a modalidade nos principais bairros e prédios comerciais. O modelo de negócio nos mostra, em grande medida, que a salvação junto ao cenário econômico pode estar na economia compartilhada.

Afinal, com 14 milhões de desempregados e apetite natural pelo empreendedorismo, a gestão do espaço compartilhado pode ser a solução para sobreviver à crise.

Será, entretanto, que só vontade de empreender e espaço livre para juntar pessoas, empresas, computadores e empreendedores bastam?

 Na minha visão, não.

Gestão de excelência

Para que o “modelo de negócio coworking” gere resultado e dê o almejado lucro, é preciso muito mais. É preciso gestão de excelência.

Lâmpada queimada, cadeira quebrada, bancada ocupada. Banheiro entupido, funcionário demitido. Internet caiu, o ralo entupiu e o piloto sumiu.

Se nas linhas acima, você já sentiu a pressão do que é gerir um coworking, adicione a compra de papéis higiênicos, monitoramento de segurança, instabilidade no wi-fi, contratação da limpeza, manutenção e um volume de contratos considerável, que determine uma relação de trabalho por horas, meses ou anos.

Seria então esta a melhor opção de negócio para você e o seu espaço ocioso?

Em uma escala de 1 (mais fácil abrir um negócio) até 130 (mais difícil), o Brasil ganha pontuação 125 de acordo com a startup Expert Market, que reuniu dados do Banco Mundial com 130 países para definir as dificuldade de empreender.

Ao mesmo tempo, na escala que mede a abertura de negócios e que varia de 1 (maior número de negócios criados) até 130 (mínimo negócios criados), o Brasil ganha pontuação 48. Ou seja, existem ambos os cenários: a dificuldade em abrir um negócio e, do outro lado, um grande número de empreendedores dispostos a se lançar.

Coworkings são tendência e não há dúvida. Que são rentáveis, também não.

Antes de abrir, todavia, um plano de negócio, planejamento e uma boa gestão são fatores que implicarão diretamente no sucesso do modelo.

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Elisa Tawil

Fundadora e sócia-diretora da JL&co, empresa de soluções em incorporação imobiliária. Focada em gestão, negociação e solução de conflitos.

Leia mais sobre gestão, tendências e mercado imobiliário aqui:

De quantos m² você precisa para viver?






O que House of Cards tem a nos ensinar sobre o mercado imobiliário







Como o Big Data tem impactado o mercado imobiliário




Muito bom! Administrei por um período um local compartilhado e os pontos estão bem cobertos pelo teu texto. É rentável a partir de um determinado ponto; e complexo è a gestão dos humores entre os cooworkes.

A quase 20 anos atrás trabalhei para uma empresa internacional chamada RCI ligada ao setor turístico/hoteleiro. E já naquela época já trabalhavamos com " time share ", tempo compartilhado. E sempre tive a sensação de que essa forma de trabalhar era e é o caminho certo para qualquer segmento.

César Filho

Contador | Consultor de Implantação em ERP

7 a

Bem interessante... Acredito que o tema dá bons debates!

Ronaldo Maciotti

Produção executiva de eventos | Planejamento e Live Marketing | Consultoria |

7 a

Muito bom artigo Elisa, eu mesmo já analisei a oportunidade de abrir um espaço coworking, mas são muitas variáveis, mesmo assim ainda acho um bom negócio.

Thomás Della Torre

Recruiter | Psychologist | Career Advisor | CEO at BLUE PREMIUM

7 a

Excelente Elisa Rosenthal Tawil !!

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