Teoria das Cores e o
Melancólico senhor Goethe.

Teoria das Cores e o Melancólico senhor Goethe.

É impossível sair de um curso de Design Gráfico sem ter olhado para um círculo cromático e o estudado a ponto de você vencer aquele pequeno mal humano de não saber diferenciar as cores. Portas se abrem mentalmente, e comigo não teria sido diferente naquela primavera de 2017.

Foi uma experiência interessante, quando de primeiro momento repetimos aquilo que aprendemos na escolinha sobre misturar cores primárias para obter secundárias, e após aquela nostalgia lá estava eu entendendo cores análogas, tríades, complementares e observando o círculo cromático. Mal sabia eu que olhando para aquela imagem projetada na lousa da sala de aula, descobriria um mundo que iria além das cores, um mundo melancólico, mas revolucionário que me mudaria para sempre.

As cores têm poderes sobre nós e são um dos elementos mais importantes na composição da nossa percepção, tanto que o branding sabe disso, e ele sabe muito bem que deve tomar cuidado para não errar. Isso me faz lembrar algumas histórias engraçadas como o Yahoo ser roxo porque era a tinta mais barata que tinha na loja, e o fundador comprou para pintar o escritório. Ou que a coca cola pintava os barris de xarope de vermelho, para que não fossem confundidos com barris de bebidas alcoólicas, isso há quase um século e meio atrás. Bem, eu viria estudar marcas bem depois daquela primavera, mas as cores eram importantes para mim, para o entendimento do design gráfico, e lá estava eu naquela primavera abrindo o Google e escrevendo “teoria das cores” no buscador e dando de cara com Johann Wolfgang von Goethe.

A imagem era linda, aquele círculo cromático de Goethe, eu já pensei em tatuar na pele, várias e várias vezes, mas de Goethe e as cores assimilei apenas aquela imagem, dele eu beberia literatura. Naquela época eu ainda ia à livraria física para comprar livros, havia uma próxima de onde eu trabalhava na época, ou que eu me recordo de trabalhar lá perto naquela época. Eu havia comprado um exemplar de: Os sofrimentos do jovem Welter, um livro que foi polêmico para a época em que foi escrito. Que contava de um amor que nunca foi consumado, e da terrível dor de Welter acerca deste. Em seguida li Fausto, uma obra que posso dizer que é atemporal, pois o personagem principal da trama se deixa levar pelos desejos da carne, a ponto de vender-se a Mephisto, uma entidade maligna que apostou com Deus que poderia corromper aquele simples homem.  

Goethe esteve ali, me influenciou e com ele me identifico em alguns aspectos de como ver a vida. Seu livro Teoria das Cores quem sabe um dia eu tenha o direito de ler, ou o dever de ir e ler já que chegará o momento em que eu deva revisar branding e começar a me aprofundar no significado das marcas e seus poderes. 

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Christian Limoni

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos