Terceiro Setor e Investimento Social Privado
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Terceiro Setor e Investimento Social Privado

Nogueira e Schommer (2009) situam a gênese do conceito de Investimento Social Privado (ISP) nos anos 1990, quando um grupo de executivos e líderes de empresas, fundações e institutos optou por criar uma diferenciação entre sua forma de atuação e as formas mais tradicionais vigentes até aquele momento.

Woods (2014) vê uma sintonia entre Terceiro Setor e  Investimento Social Privado quando afirma o seguinte: 

De um lado, com o ISP, temos um doador – seja empresa, indivíduo, família de alto poder aquisitivo, instituto ou fundação – que assume uma maneira proativa de fazer sua doação, estabelecendo foco, objetivos e processos para doar. De outro lado, na captação de recursos, temos uma organização, um projeto de iniciativa social em busca, também de forma proativa, de doações, estabelecendo estratégias e metas. Ou seja, ambos os processos perseguem o mesmo propósito: o de levantar recursos para viabilizar empreendimentos e projetos sociais. (...) (WOODS, 2014, p. 38). 

Todavia, apesar da sintonia existente, Woods menciona algumas alegações feitas por investidores quanto ao Terceiro Setor como:

  • Falta de confiança devido à pouca transparência e profissionalismo das organizações do Terceiro Setor. Cobra-se muito a transparência por parte do governo e também das empresas, mas, há que se admitir, que muitas organizações do Terceiro Setor só disponibilizam suas informações financeiras para um grupo fechado de conselheiros e as mantem inacessíveis para os demais stakeholders e sociedade.
  • Inexistência de projetos alinhados ao foco do investidor e pouco controle dos processos.

Já Nogueira e Schommer (2009) colocam os desafios do lado dos investidores, agrupando-os em dois grandes blocos:

  • Os de ordem conceitual e político-institucional

Neste bloco, por exemplo, encontram-se a falta de cultura de investimento social privado, baixo volume de investimentos e baixo grau de conhecimento do tema pela maioria das empresas.

  • Os  de ordem estratégico-gerencial.

 Neste bloco estariam a pouca experiência de avaliação dos investimentos, seus processos, resultados e impactos; o distanciamento entre investidores sociais e comunidades; a coerência nem sempre presente entre o realizado e o divulgado.

Independente das alegações e desafios de ambos lados, eu penso que para a relação Investidores Sociais/Terceiro Setor eles constituem-se em oportunidade ímpar para aprimorar a relação, com benefícios a ambos e para a sociedade.

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