Tipos tratáveis pela clínica psicanalítica - "o disfarçado"​

Tipos tratáveis pela clínica psicanalítica - "o disfarçado"

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Olá, amigos! Estamos dando continuidade a nossa série de postagens que intitulamos “Tipos tratáveis pela clínica psicanalítica”, com o intuito de identificar vários tipos de pensamento, que geram ações tidas como “habituais”, “é do meu jeito mesmo”, “faz parte da minha personalidade”, “sempre fui assim”, que podem levar ao sofrimento psíquico, e mais importante, que não surgem ao acaso, mas parecem ter raízes ou causas inconscientes, e portanto, que podem ser investigadas pela Psicanálise.

 

O tipo tratável pela clínica psicanalítica de hoje é: “o disfarçado”, que traz como pensamento o seguinte: “Tenho receio de expressar minhas emoções. Todos acham que não tenho problemas, que não choro, mas a verdade é que escolho, na frente dos outros, parecer maduro”.  

 

Somos amparados, desde as primeiras horas de vida, pelo olhar. Aquele que nos embala, que nos alimenta, que nos conforta, que nos acarinha, nos ancora, nos sustenta, nos vê e é espelho para que mais tarde possamos nos ver; isso estrutura ou não emocionalmente o sujeito. Esse laço de afetividade é poderoso, e mais tarde será transferido a outros vínculos. Com o tempo, aprendemos a discernir o que é ou não agradável, a afastar o que é desprazeroso, com o intuito de jamais perder esse objeto que é arrimo, sem o qual – assim cremos - não poderemos mais viver.

 

Na vida adulta trazemos essa longínqua lembrança pela manifestação do silenciar que dói, da repressão de expectativas, ansiedades, medos e até raiva. Nos adaptamos a espaços que não pertencemos, buscando ser aceitos. Nos afligimos ao tentar parecer aquilo que não somos para sermos amados.

 

Assim, fomos adaptando nosso comportamento com base no estímulo externo; e vemos o quanto o prisma vigente hoje no mundo, de maior importância, é o da razão, que acabou gerando um estigma da subjetividade como algo de menos valia.

 

“É feio chorar”, “Já está grandinho para reagir assim” e vamos normalizando essa coarctação das emoções negativas, como se suas manifestações fossem sinônimo de fraqueza, e não um potencial para se entender e apropriar de quem se é.

 

Assim, uma boa parte do sofrimento emocional que às vezes arrastamos quase sem saber por que, provém dessa edificação psíquica, originada em fases muito anteriores do nosso ciclo de vida. Somos educados cognitivamente, mas sobretudo emocionalmente. E é precisamente a este último aspecto, o emocional, que deveria ser dada maior importância, porquanto nos dirige.

 

 

Já sabemos que a solução não é reprimir, não é esconder nem agir como se a emoção não estivesse presente. O essencial, portanto, é expressar, de modo não violento.

 

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