Tirando a Máscara - experiências verdadeiras e reflexões sinceras: será que eu sei errar?
Você abre sua caixa de e-mails e a primeira coisa que salta à sua vista é uma crítica. “Textos para refazer”, “correções necessárias”, “favor rever este material”. Estes estão entre os assuntos que fazem nosso coração bater mais rápido e a gente começar a suar frio.
Recentemente, eu percebi que eu precisava aprender a errar. Não estou falando sobre aprender com os erros, mas aprender a errar, mesmo... Criar um método para compreender que as falhas fazem parte do processo e devem ser incorporadas nele.
Há alguns dias, após muito tempo sem receber uma crítica sequer, um e-mail desses foi o destaque da minha caixa de entrada: Correções. Meu primeiro pensamento foi na linha de “sou inútil, eu não deveria ter assumido esse trabalho, não vou conseguir escrever sobre esse assunto, como pude ter errado?”.
Antes que eu começasse a chorar na frente do computador (no home office, não precisamos correr para o banheiro), eu decidi respirar fundo. Tive um pensamento prático que me ajudou: se eu chorar e me entregar ao desespero, o texto não vai se corrigir sozinho.
Então, eu anotei todos os erros que eu cometi e fiz uma lista de coisas que eu deveria estudar sobre aquele assunto específico. Em seguida, eu tirei alguns minutos para me confortar. Acabou que o choro não foi necessário.
Disse para mim mesma que era a primeira vez que eu escrevia sobre aquele tema, cheio de termos técnicos, para um cliente que não quis enviar um briefing nem fazer uma reunião, pois queria ver o que eu "conseguia escrever". Estes argumentos não foram para o cliente. Afinal, eu é quem precisava deles. O cliente precisava apenas da versão corrigida do material.
Os instantes que tirei para argumentar comigo mesma não foram um momento para me justificar por ter errado, mas para me confortar. Eu entendi que justificar erros para os outros não é útil, mas eu precisava daquilo. Eu tinha que saber o que me motivou a errar, tanto para me sentir melhor quanto para poder mudar.
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Ansiedade, vontade de chorar, argumentos, organizações, listinha de coisas para mudar... Toda essa odisseia levou cerca de 10 minutos, até que eu pudesse finalmente refazer os textos e enviar uma versão corrigida.
Eu sei que se fosse a "versão desatualizada da Jessica", com certeza ela choraria, mas não saberia o que fazer em seguida. Provavelmente, ela ficaria nervosa e enviaria uma versão corrigida às pressas para o cliente, cheia de medo e angústia.
Foi neste momento em que eu percebi a importância de saber errar, com passos simples: me permitir sentir a frustração, me afastar do problema para visualizar melhor a situação, entender o que aconteceu, me confortar, listar o que eu posso melhorar para não errar mais e, por fim, saber como posso corrigir os erros, para então executar as correções.
Com essa experiência um pouco "traumática", fiquei feliz por finalmente entender que errar é humano, inclusive no trabalho. Ser perfeccionista nunca havia me gerado ansiedade, até este tropeço. Agora, eu entendi que eu também erro e que preciso lidar com isso. Nada melhor do que criar um passo a passo personalizado para errar, não é mesmo?!
Porém, essa Jessica versão 2.0, não surgiu naquele instante, de repente. Ter esse tipo de autocontrole e maturidade para conseguir errar é fruto de um longo processo que será tema de um dos próximos artigos por aqui...
Espero que tenham gostado do Tirando a Máscara desta segunda! E lembrem-se: por enquanto só é seguro tirar a máscara no ambiente virtual! Se cuidem e saúde a todos!
Especialista em Comunicação | Gestão de crise | Planejamento Estratégico 360 | Atendimento à imprensa | Setor Terciário
3 aTiago Oliveira , o artigo que comentei com você