Todos nós podemos fazer a diferença na vida de alguém.
Conheço muitas pessoas que tiveram a vida transformada por outras pessoas.
Hoje, li mais uma dessas histórias de amor, dedicação e esperança. Enquanto Norma apresentava uma foto de uma criança tendo a vida transformada através da atitude de um professor, lembrava e contava sua própria história. Ambas, lindas histórias!
A foto abaixo, apresentada pela autora citada, retrata um professor que vai diariamente ensinar a um aluno internado, em tratamento contra o câncer.
Tudo isso me fez lembrar de uma outra história e um desejo, que ainda transborda em meu coração.
Todos os sábados minha família entrava em desespero enquanto eu saía pelo portão da minha casa para cumprir uma missão: tornar o mundo um lugar melhor e mais bonito.
Fui professora de pré-vestibulares comunitários por alguns anos e um deles era em um colégio público, numa comunidade bem conhecida e perigosa da Baixada Fluminense/ RJ.
Meu sonho era que todos ali ingressassem em universidades públicas, assim como eu consegui, e tivessem uma vida diferente, livres da miséria e do abandono. E fui uma professora que usou desde desenhos triangulares do Brasil a piadas e risos (quem me conhece, sabe) para ensinar as Histórias Geral, do Brasil e da América.
Lembro que, certo dia, fui dar aula toda vestida de uma determinada cor e, logo na entrada da comunidade, fui abordada por algumas pessoas e armas. Pediram-me para segui-los e escoltaram-me até a casa da coordenadora, há algumas quadras do colégio. Eu não entendia e só tremia e suava frio.
Ela me explicou sobre a ligação entre as cores e os comandos organizados, para que eu não passasse por isso novamente, e deu-me uma blusa imensa do ex-marido, de outra cor - conforme exigida por eles. Segui para o colégio, com aquela blusa passando dos joelhos e aqueles homens felizes ao meu lado.
A mãe, o pai, tias e tios, primos, sobrinhos, cunhados, esposas, irmãos e amigos deles faziam o pré ali. Isso era um orgulho para eles e uma motivação para eu mudar aquela realidade da melhor forma que eu pudesse fazer. Cada dificuldade me motivava a fazer a diferença na vida daquelas pessoas, a resgatá-las e prepará-las, da melhor forma que eu pudesse, para uma vida de novas oportunidades.
Éramos voluntários e passamos por muuuuitas dificuldades, mas não desistimos. Fizemos o nosso melhor e retornamos desse desafio ao lado de ex-alunos em universidades públicas.
Um dia, entrando na UERJ para assistir minhas aulas, encontrei um dos alunos, que acabara de se matricular para Direito ali. Somente naquele momento eu entendi importância da ação de cada um de nós, professores, coordenadores e investidores do pré, através dos abraços apertados, palavras comoventes e lágrimas daquele ser humano que já era a diferença que almejávamos.
Nunca imaginei, de fato, o quanto era importante para eles disponibilizarmos algumas horas dos nossos sábados ou cedermos materiais de estudo ou uma verba para gastos básicos do pré e de locomoção dos professores. Eram atitudes simples que faziam a diferença.
Será que esses professores, da história da Norma, da foto e de outras histórias que não conhecemos, trazem na consciência, no momento de suas ações, que estão transformando a vida de alguém? Acho que a gente só coloca o amor, a determinação, a coragem e o desejo de mudança nas costas e vai! E não imagina a intensidade dessa atitude.
Tornamos o mundo um lugar melhor através de atitudes que geram valor a nós e a outros, pois tudo o que guardamos somente em nós, morre em nós.
Tudo o que fazemos é um investimento no mundo que queremos. E muitas vezes precisamos ser guerreiros; enfrentar medos, renunciar, doar, arriscar, avançar mesmo feridos. Desistir de nós, do outro e do mundo não é uma opção. É covardia!
Toda tropa tem o pessoal que vai na frente abrindo o caminho, o pessoal mais armado que vai atrás, o pessoal que cuida dos soldados feridos, o pessoal que planeja as estratégias de ataque e o que investe nas armas. Nem todos vão para o local do conflito, mas - embora cada um atue de forma diferenciada - lutam juntos por um objetivo comum, não é?
Acredito que, da mesma forma, todos somos uma tropa e cada um de nós tem uma missão específica no mundo. Só precisamos ter consciência disso e avançar!
Sei que alguns ex-alunos nossos tiveram a vida transformada e voltam lá, cada um à sua maneira, para fazer a diferença e resgatar/transformar outras vidas. Não há orgulho maior que esse!
Todos nós podemos fazer a diferença na vida de alguém.
PARABÉNS a todos que fazem, a todos que recebem essas ações e, principalmente, aos que retornam para também fazer!
Quando ajudamos uma pessoa, mudamos o mundo sim! Mudamos o mundo de alguém!
Tatiana Assis - Apaixonada por pessoas e processos logísticos!
Transformador do mundo com Tecnologia e Operações a Vendas | Mentor | Palestrante
6 aIsso é viver para mudar o mundo!