Tolerar o não saber
A reflexão da tolerância com o não saber advém de muitos filósofos, e se aproxima também de uma ideia trazida pelo psicanalista Bion, que chama a atenção para as possibilidades quando não há uma sentença fechada que obrigue a entender tudo. “O conhecimento estabelecido e as fantasias de possessividade em relação ao conhecer são ilusões. A experiência de vida e a experiência psicanalítica indicam esta permanente instabilidade das experiências emocionais e do aprendizado que delas resulta” (França, 1996, p. 245).
Dessa forma, tolerar a dor e a frustração do não saber são condições para o que existe de relevante no desconhecido de qualquer experiência (França, 1996). Além de colaborar com a possibilidade de ampliar o saber psicanalítico, tolerar o não saber - quem sabe - confere ao sujeito “candidato” o posto de escutar alguém mais apto e realmente capaz deste exercício clínico tão desafiador. Pois do outro nada sei, se ele mesmo não comunicar.
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