Tomada de decisão em emergências

Tomada de decisão em emergências

Acredito que oscilamos, no momento, entre o estado de atenção e emergência. Vários desafios do VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), estão colocados em nossa frente, o que nos exige um elevado grau de racionalidade para as tomadas de decisão. Porém, estes processos exigem conhecimentos metodológicos e/ou ferramentas gerenciais para que o planejamento e a execução sejam efetivos.

Assim, coloco um conjunto de cuidados e orientações como sugestões para que os processos de tomada de decisão em situações adversas e com elevado risco sejam efetivos. São conceitos que aplicamos com os clientes da Linea Consulting. 

O processo de tomada de decisão em situações de crise requer uma abordagem não tradicional, caracterizadas por estruturas hierárquica e em rede. Estudos e experiências mostram que as tradicionais abordagens por hierarquia e centralização foram substituídos pelo gerenciamento descentralizado e flexível. Ou seja, um processo colaborativo que combina a utilização de recursos e de ferramentas gerenciais de várias entidades para alcançar um objetivo comum.

Para isto, utilizamos um conjunto de diretrizes distribuídas em quatro eixos que uma vez conduzidos com sincronicidade, resultará em um processo colaborativo de tomada de decisão com resultados efetivamente satisfatórios para ambientes com elevado nível de criticidade.

O primeiro eixo está na construção do entendimento do sistema que envolve o processo. Identificar quantas organizações deveriam participar da rede e, se sua estrutura organizacional é compatível e passível de integração com os outros participantes. Validar a comunhão de crenças e valores entre os parceiros participantes, facilitando o entendimento das culturas instaladas e o alinhamento do objetivo comum a ser compartilhado. 

O segundo eixo no trabalho da construção da segurança psicológica entre os participantes. Determinar o modelo de liderança que permitirá trabalhar os stress situacional, a pressão do tempo, os níveis de incerteza e complexidade instalados. Lembrar do desenvolvimento da confiança entre as pessoas. Um estado que depende de valores, competências, autenticidade, empatia e clareza de ideias, entre outros.

O terceiro eixo está no processo de gestão da rotina, ou seja, na condução do que fazer, como, quando e com quem. Os resultados deverão acompanhados de forma rotineira e com base em indicadores específicos, mensuráveis, rastreáveis, confiáveis e temporais. Em suma, um gestão para garantir que o planejado esteja promovendo os resultados esperados e ajustados conforme as novas demandas externas. Vale lembrar, que o plano é sempre uma trilha e não um trilho e, portanto, deve ser flexível e adaptado.

O quarto eixo é o trabalho em equipe, mesmo que no momento atual a recomendação seja remotamente. O desafio do isolamento não deve impedir a aproximação verbal, a noção de interdependência entre as pessoas, a construção da confiança. O nível de agressão e de urgência conferidos aos processos, atualmente, exige uma multiplicação de ideias e competência que somente o trabalho em time pode entregar.

Por fim, não esquecer que um excelente processo de comunicação e o suporte de tecnologia da informação, são recursos imprescindíveis para o sucesso dos eixos aqui colocados.

Apenas aplicar. Sucesso.

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