Tome uma atitude!

Tome uma atitude!


Qualquer pessoa que já tenha se demorado em dedicar atenção ás palavras de Jesus sabe que um dos seus lamentos quanto ao mundo é que ‘o amor se esfriará’. Ele não especifica motivos fundamentais. Apenas lamenta.

Mas eu acho que seu lamento não é um convite a aceitar isso passivamente. Talvez seja um apelo a fazer algo na direção da sobrevivência do amor. Sem amor nada sobrevive e tudo perde sua importância. Insistir em falar, demonstrar e mesmo perseverar no amor é questão de sobrevivência da alma e do ser.

Eu fiquei muito feliz quanto ouvi uma nova musica do Djavan, de setembro de 2018, chamada ‘Solitude’. Nela, o poeta recorda as palavras do Mestre à sua maneira:

“Amor em queda
Mesmo tal moeda perde cotação
Um mundo louco, evolui aos poucos
Pela contramão
O erro invade tudo o que é cidade
Cai na imensidão...”


Todo poeta sente o ambiente do seu entorno e procura expressar na canção, ao mesmo tempo, a dor e a esperança. Djavan indica um dos sinais deste esfriamento do afeto quando aponta as guerras e seus nefastos efeitos.


“...Guerra vende armas
Mantém cargos, destrói sonhos
Tudo de uma vez
Sensatez não tem vez
Vidas, fardos, meros dados
Incontáveis casos de desamor
Quanta dor, muita dor...”

Mas é claro que as guerras não são o único sinal do combate ao amor. A canção cita ‘incontáveis casos de desamor’ . Existe uma forma de desamar quando se deixa de estender a mão ao que carece de apoio diante do peso da existência. Paulo, o apostolo, lembra que em nome do amor é necessário ‘levarmos as cargas uns dos outros para, assim, cumprir a lei de Cristo’. Solidariedade não é apenas fazer o bem, mas também evitar de fazer o mal. Djavan propõe:

“...Parece tarde falar de amizade
Ver com o coração
E desse jeito, reparar defeito
Estendendo a mão...”

Já faz algum tempo que tenho feito um exercício de encontrar sinais da Graça de Deus na cultura brasileira, especialmente em textos e canções como essa. Existem inúmeras que repetem o mesmo apelo do Amor Maior a um mundo que se expande aceleradamente para aquilo que não foi originalmente criado.

Diante de tantas evidencias do crescimento da maldade há que se fazer alguma coisa. E eu tenho me comprometido com esta Mensagem muito mais por acreditar nela do que por outra razão. Porque só se sobrevive ao mundo por meio da esperança que é baseada neste Amor Maior que se manifesta o tempo todo aqui em atos inesperados de bondade, em movimentos de pequenos grupos que saneiam vidas, por meio da cultura e da arte. Fazendo eco a todos nós que nos comprometemos a amar o ferido, Djavan finaliza:


“...Quem é que sabe o quanto lhe cabe
Dessa solitude?
Por isso a hora de fazer é agora
Tome uma atitude”.
Amém!

Caleb Mattos

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Antonio Cesar Christofoletti

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6 a

Excelente artigo, destila verdades e conceitos que são cotidianamente desvalorizados, porém fundamentais para sanidade do ser humano.

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