Três dicas para um “raiz” sobreviver no mundo digital...

               Sim, admito. Eu também nasci no século passado. Em setembro de 1974. Ao longo dos anos venho presenciando as grandes mudanças nas mais diversas áreas. Algumas bem marcantes. As cartas que eu adorava receber, por exemplo, foram substituídas pelos e-mails e mensagens. Antes da escola eu costumava almoçar assistindo Tom e Jerry, Popeye e Caverna do Dragão na TV aberta. Meus filhos não desgrudam da Netflix. Quantos enormes trabalhos (inclusive na faculdade) precisei fazer sem qualquer ajuda de um computador ou impressora. A boa e velha máquina de escrever foi um luxo que utilizei apenas uma vez, emprestada por um vizinho. Nossa internet se chamava enciclopédia e não permitia a malandragem do “copia e cola”. Como meus pais aconselharam, cresci lendo, estudando e fazendo resumos com minhas próprias palavras. Bons tempos.

               Cá estamos em 2019. Aos mais novos o mundo não é nenhuma surpresa. Volta e meia percebo o espanto de uma garotada incapaz de imaginar a vida sem os celulares de última geração. Como explicar a eles que tive meu primeiro e-mail aos vinte anos de idade e que conseguíamos viajar de uma cidade a outra apenas seguindo placas, consultando mapas enormes e pedindo informação? Precisamos entender que tudo se modernizou depressa demais. Tão depressa que, infelizmente, muitos ficaram para trás, rejeitados pelo mundo corporativo e presos à nostalgia de uma época que não volta mais. Vivemos sendo bombardeados pela constante revolução e, alguns de nós, sofrendo suas consequências. Acredito que a velocidade na propagação de conteúdos seja a mais importante e a que mais mereça nossa atenção. O universo digital é ágil e rápido. Pessoas e organizações são vítimas diárias de inúmeros processos de transformação. Para algumas, o hoje é incompreensível, pois se perderam em algum momento dessa caminhada. Felizmente, o que você achava que seria seu fim pode ser, na verdade, o grande gatilho para as mudanças necessárias na sua vida.

               Na opinião de Paul Michelman, editor-chefe do MIT Sloan Management Review, profissionais que pretendem fazer parte deste crescimento digital devem adotar posturas claras e desenvolver skills objetivas ao processo de constante atualização. Ele apresenta três pequenas dicas que vão lhe fazer pensar sobre o assunto. A primeira delas é desenvolver a HABILIDADE. Num mundo de frequentes mudanças, não basta apenas ter habilidade sobre recursos necessários para se ter sucesso no seu cargo atual. Você precisa, também, ter a mais correta para continuar se destacando mesmo após a transformação da sua área de atuação. Faça a pergunta a si mesmo. Sou capaz de adaptar meu conjunto de habilidades e adotar novas ferramentas para manter meu sucesso à medida que o ambiente profissional se transforma?

               A segunda dica gira em torno de algo pessoal e intransferível, a VONTADE. Sim, a vontade que cada um possui de fazer acontecer. Sem ela as engrenagens travam e nada mais podemos realizar com excelência. Sem vontade não saímos de casa, não damos sorrisos sinceros nem interagimos com outras pessoas. Sem ela mal conseguimos nos levantar da cama. Você tem a vontade de evoluir e a coragem de experimentar as grandes novidades do mundo? Está realmente interessado e comprometido em traçar novos caminhos na sua trajetória profissional? Pense que é a partir desta vontade que todas as demais ações vão aparecer e fazer de você a pessoa que gostaria de ser.

A terceira, e última dica, é a VELOCIDADE. Já pensou em pisar mais fundo no acelerador da vida? Em correr mais depressa do que está acostumado? Reflita sobre isso, pois a mudança requer velocidade. O universo não vai te esperar. O mundo digital se move mais e mais depressa a cada dia e cabe a você buscar a ultrapassagem. Faça cursos e atualizações. Adquira conhecimento e troque informações com quem já domina novas ferramentas. Use e abuse do conhecimento de suas conexões. Entenda de uma vez por todas que você não é uma árvore e movimente-se em busca do seu ideal. Caso contrário prepare-se, olhe pra cima, abra seus braços, sorria e curta sua “fotossíntese”... Grande abraço.