Trajetória de design - #1
Três anos atrás, quando lancei meu último vídeo no canal Ozório, eu falei um pouco sobre inovação, futurismo e como o design está conectado com tudo isso, mas para falar a verdade, foi naquele momento, quando terminei de editar o vídeo e lancei ele no canal, que eu percebi que não estava vivendo de forma qualitativa tudo aquilo que eu falei, apesar de respirar design a todo momento minha carreira profissional estava estagnada, eu tinha uma necessidade forte de criar algo impactante, com novas tecnologias, novos mercados e novas maneiras de pensar as coisas, foi então que decidi dar outro rumo para minha vida, parei com o canal, me conectei com pessoas novas, fiz pesquisas de diversos tipos de tecnologias, mercados emergentes, oportunidades de negócio, participei de eventos e criei uma longa jornada de conhecimento novo, tudo isso para ventilar minhas ideias e encontrar um novo caminho na minha vida profissional.
Deste modo, posso afirmar que foi essa trajetória acima que me motivou a voltar com a produção de conteúdo, algo que sempre gostei, mas que por ocasião do momento decidi que era melhor não fazer. O mindset desses anos de aprendizado me fizeram fundar a YAK, uma empresa que projeta e monta tratores 100% elétricos, dotada de uma série de desafios, desde a concepção do negócio até a concepção do produto, desses, muitos já foram vencidos, e é isso que me permite escrever essa série de conteúdos, o objetivo é externalizar um pouco dessa vivência para que os interessados em tração elétrica e máquinas pesadas possam conhecer um pouco dos desafios e facilidades que é fazer isso, mesclando sempre algumas pitadas de design no meio dessas escritas para enfatizar que as metodologias e ferramentas que muitas vezes parecem desnecessárias podem fazer muita diferença no dia a dia de uma empresa, mesmo que pequena.
Desde o início da YAK tínhamos a consciência de que o design seria fundamental para que conseguíssemos desenhar um bom produto, era necessário conhecer plenamente os produtos da futura concorrência, saber como as tecnologias atuais funcionam, suas forças e fraquezas e documentando tudo isso de modo que ficasse plenamente claro em nossas cabeças, só assim poderíamos explorar o máximo que a tração elétrica pode oferecer.
Nesse sentido, iniciamos desenhando uma matriz de projeto simples, onde tínhamos um benchmarking dos futuros concorrentes, dividido em três importâncias:
Primeira: Características fundamentais, ou seja, o que um trator de fato precisa fazer, qual a sua essência, ou o mínimo que uma máquina sem qualquer acessório precisa ter para ser considerado um trator.
Segunda: Estética, quais elementos visuais caracterizam um produto como um trator, qual sua geometria básica, posição de componentes e distribuição visual. Isso parece simples, mas considerando que nosso objetivo era lançar um trator 100% elétrico, algo pouco visto pelas pessoas, era importante que ele ainda tivesse um aspecto visual que inconscientemente lembrasse um trator, afinal, se tratando de um sistema de tração elétrica isso não era exatamente necessário, pois a arquitetura de fabricação permitia novos modos de pensar a estética.
Terceira: Acessórios, um trator é muito conhecido por ser uma máquina forte e versátil, de modo que você consegue acrescentar diversos tipos de implementos (acessórios de trabalho) que te permitem realizar inúmeras tarefas.
Tendo estas informações bem claras em nossa cabeça, partimos para o segundo passo, definir a faixa de potência, algo que parecia ser simples, mas envolvia uma série de questões muito importantes, afinal, quanto maior a faixa de potência, mais custoso e arriscado seria o desenvolvimento, porém, não poderíamos fazer algo muito pequeno pois isso entraria em conflito com a primeira etapa da nossa pesquisa.
Foi então que iniciamos uma segunda análise, qual era a faixa de potência mais utilizada no mundo, e para nossa surpresa, os tratores mais vendidos do planeta estão em uma faixa que varia entre 60 e 80 CV, algo muito além das nossas expectativas de projeto, visto que um equipamento destes envolveria milhões em desenvolvimento e pesquisa, recurso que não tínhamos no momento. Contudo, esta mesma análise nos fez enxergar que existia um nicho de mercado menor e pouco explorado pelas grandes montadoras, e foi então que decidimos fazer fazer um equipamento menor, que atendesse as necessidades de trabalho de até 15 CV.
Nesse momento já começamos a ter um produto construído em nossa cabeça, seria um trator 100% elétrico, compacto, com potência máxima de 15 CV e que atendesse todos os requisitos de projeto elencados em nosso benchmarking. E é aqui que eu começo a perceber a importância que um método simples como este traz significativa importância para qualquer desenvolvimento, de modo que com pouco esforço e investimento começamos a ver o nascimento de um produto de forma estruturada.
Se você já tem um pequeno conhecimento de design ou de desenvolvimento de produto esta primeira etapa do conteúdo pode parecer muito simples, mas eu acredito que seja importante citar todo o processo, desde as coisas básicas até as mais complexas, para que até uma pessoa com conhecimento nulo em desenvolvimento de produtos possa entender o que foi feito ao longo desses dois anos de projeto.
Bom, acredito que para um texto de introdução este material seja suficiente, nos próximos textos vou explicar passo a passo do desenvolvimento, como foi a escolha dos motores, banco de baterias, sistema eletrônico, design do chassis, carenagem e como foi difícil conectar todas essas tecnologias de modo que trabalhasse para que a máquina ficasse forte e robusta, como um trator deve ser.
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