Transformação Ágil em um time de serviços - parte 1

Se você é da área de tecnologia, em especial se trabalha com desenvolvimento de produtos talvez já esteja mais familiarizado com o termo Transformação Ágil. Entretanto, se você não é, continua por aqui que esse artigo é justamente para desmistificar o tema e mostrar como é possível realizar essa transformação em equipes que não atuam diretamente nessa área.

Antes de começar, é importante ter em mente que transformação ágil não é simplesmente trabalhar mais rápido ou ser mais dinâmico. mas sim, estimular a cultura do conhecimento interno e qualificar as pessoas, impactando positivamente em toda organização e isso inclui seus resultados. Aprender, compartilhar conhecimento e se comunicar para aprimorar processos: esse é o ponto de partida da transformação ágil!

Quando estamos em um time que não gera valor diretamente ao negócio da empresa, existe a necessidade latente de ficar mostrando ou provando algum valor o tempo todo, pois é muito comum que haja - erroneamente - uma ideia de que essas equipes não geram resultados à instituição. Em empresas de software (que é o case desse artigo), esses times geralmente fazem parte da área de serviços, estando afastados do "core" da empresa, o que pode levar a uma visão distorcida de si mesmos, especialmente no que diz respeito as suas competências, autoestima e geração de valor, condições que impactarão negativamente nos processos do time e consequentemente nos resultados.

E foi nesse contexto que iniciei o processo de transformação ágil em uma equipe de serviços de uma empresa de tecnologia. A figura abaixo mostra o diagnóstico do time, em agosto/20.

O Assessment escolhido para realizar o diagnóstico e posteriormente demonstrar a evolução do time foi a Roda Ágil, considerando que ela mede o grau de transformação e maturidade ágil dos times. Essa ferramenta é de autoria da professora Ana G. Soares, da UniÁgil.

Não é objetivo nesse artigo explicar aprofundadamente o método em si, mas sim mostrar o resultado de sua aplicação, a fotografia do time antes de todo trabalho de transformação ágil realizado e após, ocorrido em um intervalo de 7 meses.

Entretanto, cabe uma breve explicação da atividade, realizada em grupo de forma remota. Expliquei o objetivo da atividade e como o método funciona. Foi conceituado cada item da roda e após a equipe conversava sobre os mesmos e chegava a um consenso sobre que nota se dar. As notas variam de 1 a 5 para cada item e não é necessário responder a todos, haja vista que alguns podem não se aplicar ao contexto da equipe avaliada. Nesse caso, eles ficam em branco.

Sempre antes da aplicação da ferramenta é importante ressaltar para a equipe que essa avaliação vai protegê-los e os ajudar em seus desenvolvimentos. A Roda Ágil não serve para julgar e sim para evoluir. É o momento do time se auto avaliar e identificar aonde quer chegar. Esse é um processo de melhoria contínua.

Após o diagnóstico, foi consenso de que a equipe poderia e precisava melhorar. Todo essa construção eu vou contar na parte 2 do artigo. Mas por hora, segue o resultado da equipe em fevereiro/21.

Essa foi uma transformação de dentro pra fora. Ao trabalhar o time de maneira 1:1 e também de forma coletiva, foi permitido a todos que se sentissem em um lugar seguro, capaz de dar voz aos envolvidos para que participassem de todo o processo de mudança, possibilitando que estivessem abertos uns para os outros afim de compartilharem suas necessidades, ideias, dificuldades, de forma a agregar valor à equipe e à empresa. A equipe entendeu que “juntos” eram capazes de adotar uma forma de pensar e agir baseada nos métodos ágeis, criando metas e buscando transformações positivas na organização e nos processos de trabalho.

Para as empresas conseguirem melhorar seus resultados, é fundamental ajudar as pessoas a enxergarem os problemas internos, onde estão os gargalos e onde os processos falham. Essa é essência da transformação ágil.