A transformação ágil!
Por Samuel Lopes
Quem ainda nunca ouviu falar do termo “Transformação Ágil”?
Inicialmente deixo uma recomendação para que pesquisem ou estudem mais sobre este tópico, quando essa transformação chegar até você esteja preparado seja um facilitador e abra sua mente. Esteja disposto a mudar sua maneira de pensar, sobre como alcançar resultados e principalmente esteja disposto a mudar a maneira tradicional de realizar suas atividades.
Acima de tudo, para se aderir a transformação ágil, é necessário estar disposto a desaprender para aprender. Deve-se estar disposto a deixar de lado todo orgulho, abandonar pré-conceitos sobre novas formas e métodos de trabalho apresentados para o auxiliarem a alcançar resultados. Deixar de lado o amor ao título, esteja disposto a ser um facilitador a fim de se tornar um líder servidor”.
” Não espere obter resultados diferentes realizando sempre os mesmos métodos”.
A transformação ágil consiste basicamente em difundir dentro de sua organização a mudança de cultura e forma de pensar adotando metodologias ágeis.
A cultura está diretamente ligada aos valores que a empresa acredita.
Os métodos ágeis estão diretamente ligados a maneira como sua empresa se organiza para de forma ágil realizar entregas de valor, colocando o cliente como o centro do seu negócio “Customer Centric”.
Já parou para pensar sobre isso? Sabe quais são os valores da empresa que trabalha atualmente? Se sim, acredita neles? Concorda com eles? Apenas para refletir.
Vivemos em um mundo de constantes mudanças, “Mundo Vuca”, a tecnologia avança a cada momento. Chegamos no cenário onde colocar em prática metodologias ágeis se tornou um fator essencial para o sucesso de qualquer organização.
O manifesto ágil datado no ano de 2001, embora em seu contexto esteja voltado para tecnologia e desenvolvimento de software, gerou impactos que são inegáveis para empresas de diversos setores.
Acreditem, é possível aplicar métodos ágeis em tudo. Um livro que gosto muito de recomendar, “Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo – Jeff Sutherland” o autor de uma das metodologias ágeis mais difundida e adotada no mundo, o Scrum, cita que já o viu ser utilizado até mesmo por empresas que realizam cerimônias de casamento. Jeff Sutherland neste livro cita também inúmeros casos de sucesso onde a adoção de métodos ágeis conseguiu solucionar grandes problemas.
Durante muitas décadas, as empresas trabalhavam de forma estruturada, “Waterfall”, método cascata de realizar seus projetos. Projetos estes que possuem início, meio e fim. Neste cenário a coisa mais comum era o cliente ser deixado de lado e o foco estar no projeto.
Projetos que em sua grande maioria, nunca eram entregues no prazo e na pior das hipóteses não atendiam mais a real necessidade do cliente, pois demoravam tanto para serem concluídos que em muitas das vezes a necessidade do cliente já era outra e a entrega final daquele projeto em questão não fazia mais sentido algum.
Hoje com a transformação ágil, as empresas começam a deixar gradativamente de serem orientadas por projetos, que possuem início, meio e fim e passam a ser empresas voltadas para o desenvolvimento e evolução de produtos que possuem início, mas não possuem fim.
Produtos estão em constante evolução porém, nessa transformação o cliente é colocado no centro do desenvolvimento de cada produto a fim de garantir que suas solicitações e necessidades estarão sempre alinhadas com a expectativa do mesmo.
Desta forma a organização acredita estar no caminho de constante evolução, uma vez que em curtos períodos de tempo realiza pequenas entregas que agregam valor. Não somente valor financeiro, mas geram mudanças e melhorias que em algum momento irá gerar impacto e ser o fator determinante para alcançar o valor financeiro.
Na transformação ágil, as empresas que antes adotavam o método tradicional de trabalho, método estruturado, com setores, silos, passam gradativamente a ser empresas que se organizam em times para alcançar seus objetivos. “OKR”.
Já parou pra pensar que não faz sentido direcionar todo o quadro de funcionários para atacarem apenas um único objetivo? Pense em uma empresa com milhares de funcionários, em um dado momento você para todos e cita um problema que deve ser resolvido.
Nesse momento você terá toda sua empresa voltada para somente um objetivo.
Então você consegue pensar em uma possibilidade para sanar e resolver este problema, mas precisa consultar toda a corporação para de fato saber se faz sentido ou não a sua hipótese levantada para resolver o problema.
Imagine a dificuldade de comunicação, imagine como a sua proposta vai chegar distorcida com inúmeros ruídos de comunicação ao último profissional da empresa. Pense como isso pode e vai comprometer o tempo gasto para resolução do problema em questão.
Quando uma organização se divide em times pequenos, ela se organiza da melhor maneira para ter uma comunicação efetiva. Otimizando o tempo de entrega e principalmente se tornando uma organização que consegue atuar em várias frentes simultaneamente.
“Não faz sentido contratar pessoas inteligentes e dizer a elas o que elas devem fazer; nós contratamos pessoas inteligentes para que elas possam nos dizer o que fazer”. Steve Jobs
Não faz sentido, ter em seu time os melhores profissionais, os mais experientes e renomados do mercado, se você não permite que eles tenham autonomia para apresentar soluções. Como eu disse acima, na transformação ágil esteja preparado para deixar de lado o título de chefe, abandonar o status que um cargo representa em sua organização. Torne-se um líder servidor, coloque a mão na massa juntamente com seu time. Geralmente quem só manda, quando erra, acaba gerando mais e mais retrabalhos para sua equipe.
Mas esse é um tópico para um novo e futuro artigo, “A importância de dar autonomia aos times de sua organização”.
Na transformação ágil, acreditamos que criando times multidisciplinares conseguimos nos organizar de forma melhor. Extraindo o melhor de cada time. Atacando vários objetivos simultaneamente. Assim deixamos de ser uma empresa vertical, onde um setor depende do outro para ter sucesso ou executar o seu trabalho.
Quando falo de equipe multidisciplinar, abordo outro tópico muito famoso e difundido pelas empresas que utilizam o agilismo. “Os Squads”.
Empresas que passam pela transformação ágil, tornam-se empresas horizontais sem fronteiras ou barreiras, sem impedimentos ocasionados pela dependência de setores ou disciplinas para alcançarem seus objetivos.
Acreditamos que a sinergia, a multidisciplinaridade dos times, faz toda diferença, pois passam a ter a capacidade e autonomia de internamente resolverem todos os desafios que lhes são apresentados.
Na transformação ágil, trabalhamos com o seguinte conceito: “Para sabermos como fazer, temos que primeiro desaprender, abrir mão de achar que sabemos tudo”. Devemos sempre estar dispostos a ouvir cada solução proposta pelos membros dos times.
Na transformação ágil, acreditamos que não faz sentido contratar pessoas inteligentes para ditar o que devem ou não fazer.
Contratamos pessoas inteligentes para desenvolverem soluções e damos autonomia para que contribuam cada um com sua experiência de forma a alcançarmos coletivamente os objetivos.
Lembrem-se, o resultado é coletivo, sozinho você até pode alcançar um objetivo, porém, juntos sempre vamos muito mais longe!
Na transformação ágil, acreditamos que os pilares principais são: a cultura e a organização, continuamente devemos propagar e afirmar na organização, em que acreditamos, e quais medidas adotamos para contribuir a fim de que o sucesso seja alcançado.
Espero ter de alguma forma contribuído para instigar sua procura por inúmeros temas, que se relacionam a transformação Ágil.
Até a próxima.