Minha Transformação Digital foi humana, e a sua?

Acordei de um longo sonho de 10 anos. Quando abri os olhos estava em São Paulo, no meio do que todos chamam de Transformação Digital.

Os últimos meses não tem sido fáceis. Muitas vezes me senti perdida, confusa. A simples ideia da transformação (sendo digital ou não) gera um desconforto muito grande. Ela deixa a impressão que nunca se recupera o atraso, que está tarde demais.

Mas a transformação também traz coisas muito boas. Ela obrigada a sair da zona de conforto, a se questionar, ou melhor, à se fazer as perguntas certas: estou feliz onde estou? O que vou fazer nos próximos anos? O meu emprego ainda vai existir? Me questionei, voltei para escola e li. Recomendo, principalmente, o livro do Pedro Waengertner ¨ A Estratégia da Inovação Radical¨, que apresenta de uma maneira didática os pilares da inovação aplicados, ainda hoje, nas organizações de Vale do Silício.

Nos últimos meses eu me transformei. Aprendi em meses coisas que eu não havia visto em mais de 10 anos em um grande grupo internacional. Quando li sobre os 6 princípios do livro, entendi que, sem nem perceber, já estava aplicando à letra os principais pilares da inovação radical.

Trabalhar com propósito. A primeira coisa que todos os professores explicam quando se fala de Transformação Digital é a questão do Why, do propósito, conceito apresentado pelo Simon Sinek. Senti na pele o que é trabalhar com propósito. Nos últimos 8 meses, fui voluntária da ONG Inspiring Girls. Como embaixadora da ONG, não ganho nenhum real. Nesta aventura aprendi a liderar um time e um projeto sem recursos financeiros. Troquei salários por impacto social, troquei bônus de final do ano por sessões inspiradoras com a cantora Kell Smith e com várias pessoas inspiradores que encontrei no caminho. Foi (e continua sendo) uma experiência sem preço!

Pensar como investidor. Sendo Business Partner de uma das pessoas que mais admiro, a Corinne Giely Eloi, responsável do Programa Springboard, aprendi a pensar como investidora. O nosso combinado foi o seguinte: remuneração 100% ligada aos resultados. Esta experiência foi tão dura quanto rica. Com ela, aprendi a pensar, trabalhar e decidir rápido...e fazer tudo isso barato. Aprendi a investir o meu tempo no que realmente importa.

O cliente no centro. Fizemos um POC (Proof of Concept), uma primeira versão do curso. Fizemos enquetes e aprendemos o que as pessoas gostavam e, principalmente, do que não gostavam do curso.

Mate o seu próprio negócio. Depois da primeira edição do curso, precisamos inovar. Alteramos o conteúdo, o público, o sistema de distribuição. Matamos o negócio e inventamos um novo. Vai funcionar? Não sei, mas já estamos prontas para testar até acertar.

Trabalhe com parceiros. Aprendi a compartilhar dúvidas e receios, aprendi a dizer ¨não faço ideia de como fazer isso¨. E percebi que quanto mais me abria sobre as minhas dúvidas, mais pessoas chegavam com respostas, idéias.

Inovação é uma questão de design organizacional - Gestão Ágil. Por fim, aprendi tudo sobre o modelo de gestão Ágil, Scrum, uma maneira mais horizontal e mais flexível de gerenciar um time.

Conclusões. Pensando bem, a revolução digital me obrigou a viver o momento, a planejar menos, trabalhar de forma diferente, confiando mais, delegando mais, e tudo isso com propósito. A minha transformação foi de dentro para fora e ela foi humana, e a sua?

Agradecimentos à todas e todos que cruzei nesta jornada, vocês me inspiram e me fazem crescer, gratidão.