Transição de carreira: como ter coragem para mudar
Realizar uma transição de carreira, assim como toda e qualquer mudança, envolve riscos. O problema é que o nosso cérebro tem uma tendência a catastrofizar, prevendo as piores situações possíveis, e exagerando na dose de medo e ansiedade. Desse modo, é preciso admitir que não é fácil ter coragem para mudar, é por isso que muitas pessoas desistem antes mesmo de tentarem a transição!
1. Medos escondidos: riscos em uma transição de carreira
Durante a infância, o medo sempre definiu a minha personalidade. Contudo, nem sempre eu me submetia a ele e, às vezes, fazia algumas coisas com medo. Por conta disso, fui carinhosamente apelidada pela minha avó como “a medrosa mais corajosa do mundo”.
À medida que fui crescendo, percebi que eu tinha uma visão incompleta sobre o medo: eu analisava apenas os riscos que deveria evitar (MEDOS ÓBVIOS), mas eu não considerava todas as coisas que eu perdia ao evitar aqueles riscos (MEDOS ESCONDIDOS).
Medos óbvios
Medos escondidos
Podemos perceber claramente que mudar de carreira traz riscos, mas uma análise completa da situação nos mostra que NÃO mudar de carreira também é arriscado, ainda que de uma forma diferente. Sendo assim, a pergunta é: quais riscos você prefere correr?
2. Vieses cognitivos: seus pensamentos definem sua carreira.
Viés cognitivo é um conceito da neurociência que corresponde às regras que facilitam o trabalho do nosso cérebro, programações cerebrais comuns a todas nós. Quando usados de formas “ineficientes”, esses vieses se tornam SABOTADORES.
Existem centenas de vieses cognitivos, mas vou me ater a três deles que impactam muito as nossas mudanças profissionais:
É importante ajustar a intensidade destes vieses para que você consiga lidar bem com os seus pensamentos e progredir na sua carreira, assim, impedindo que eles dominem seus pensamentos e, consequentemente, as suas decisões.
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3. Escolha e planejamento: requisitos para transição de carreira.
A escolha de uma mudança de carreira começa com a sua insatisfação, pois se você estiver extremamente satisfeita você não vai pensar em mudar de carreira.
Sua satisfação com a carreira é seu termômetro, então é importante investigá-la. As perguntas abaixo vão te ajudar a entender melhor como está a sua satisfação.
Se você reconhece que não está feliz na sua situação atual de carreira, será preciso mudar.
É impossível fazer uma transição de carreira sem saber qual é a nova carreira que você deseja seguir.
Caso você ainda não tenha decidido qual caminho seguir, leia o artigo sobre escolhas profissionais.
O nosso cérebro valoriza muito tudo que é previsível e planejado, enquanto tudo que é inesperado é aversivo e estressante para o nosso cérebro. Qualquer mudança é avaliada pelo cérebro como um stress, mesmo mudanças voluntárias – como um pedido de demissão planejado – são avaliadas como stress. Stress quer dizer ansiedade, medo, desespero, indecisão, questionamentos, etc.
Por isso, depois de escolhida a transição, chegou a hora de planejar! Essa etapa é essencial para entregar ao cérebro aquilo que ele valoriza e se sentir mais confiante.
Para saber como se planejar, leia o artigo sobre planejamento de carreira.
4. Estratégia do JÁ QUE: treine sua coragem para mudar.
Diferente do que muita gente pensa, ser corajosa em sua carreira NÃO é: jogar tudo para cima, assumir qualquer risco, ser irresponsável, nunca se sentir insegura, etc. O adjetivo para essas características é inconsequência.
Ser corajosa em sua carreira é avaliar o cenário com cuidado, escolher riscos que valem a pena correr, aplicar estratégias de precaução e agir, mesmo sem garantias.
A estratégia do “já que” se aplica da seguinte forma, sempre que você tiver medo de fazer uma escolha ou tomar uma atitude você tem duas opções:
Dessa forma, você será capaz de usar o medo a favor da sua carreira!