Transporte ferroviário: há futuro para uma logística mais eficiente e com mais qualidade?
A capacidade transportadora do segmento ferroviário do Brasil, com recursos da multimodalidade, pode tornar a logística mais eficiente e menos onerosa para escoamento da produção e o transporte de passageiros. A rede ferroviária brasileira responde pelo transporte de aproximadamente 20% da produção nacional.
Em 1845 foi construída a primeira ferrovia no Brasil no Rio de Janeiro e tinha 14,5 km, e o pioneiro chamava-se Barão de Mauá. Ela foi inaugurada em 1854 e posteriormente prolongada. Ao longo das décadas seguintes o país foi recebendo investimentos em ferrovias, mas durante o governo de Juscelino Kubitschek, o país começou a investir nas rodovias. Além disso, várias empresas ferroviárias faliram pela má gestão e administração dos bens.
Em 1957 foi criado um sistema que unificou as ferrovias. O Brasil já teve milhares de quilômetros de ferrovias, mas o transporte ferroviário foi bastante negligenciado, com uma infraestrutura antiga e falta de renovação tecnológica. Depois disso, os sucessivos governos optaram pelo investimento na malha rodoviária, pavimentou estradas e abriu mercado para as concessionárias internacionais, o que explica a maior eficácia dos transportes rodoviários no país.
Atualmente as ferrovias são usadas principalmente para o transporte de cargas como minério de ferro, grãos, carvão mineral, adubos e derivados do petróleo. O transporte de carga por ferrovias é uma operação feita por trens que é constituído de vagões e locomotivas. Esse transporte é caracterizado com operação de pontos fixos, por estações e pátios de cargas, sendo competitivo em destino de carga fixa e para longas distâncias, onde o transbordo é realizado na origem do destino da carga e são compensados pelo menor custo de transporte.
Geralmente os trens são compostos por aproximadamente 100 vagões, cada com capacidade em torno de 72 toneladas. Sua característica principal é o atendimento a longas distâncias e grandes quantidades de carga com menor custo de seguro e frete. Porém a flexibilidade no trajeto é limitada tornando-o mais demorado.
Conforme destaca a Confederação Nacional do Transporte (CNT), os ganhos de escala no setor ferroviário são mais pronunciados na provisão de infraestrutura do que na esfera operacional. Isso ocorre porque a infraestrutura é o verdadeiro monopólio natural, com relevantes custos fixos e custos irrecuperáveis (sunk costs), o que exige uma escala elevada e caracteriza o mercado.
A provisão do serviço de transporte ferroviário, por outro lado, demanda menor escala, podendo haver várias empresas transportando produtos sobre uma mesma infraestrutura. A estrutura de custos da infraestrutura ferroviária apresenta períodos de renovação relativamente longos, que se estendem por volta de 40 anos, já que trabalhos com terraplenagem e fundação são investimentos não recuperáveis e que não são considerados como elementos de custo depois de concluídos.
Gastos em vagões e locomotivas também implicam em investimentos em bens com vida útil longa, de dez e 18 anos, respectivamente.
Aguardamos novidades para 2021 com aumento e melhora da malha ferroviária brasileira , menos onerosa e com mais qualidade.
Abs a todos ,
Marco Basqueroto