Troquei o certo pelo duvidoso

16 anos de experiência na minha área de atuação e me deparei com o que mais eu temia. E temo. O assédio moral. O assédio moral traz dores, traz dúvidas de sua capacidade profissional, traz questionamentos internos que somente quem passa por ele saberá do que estou falando.

O desafio era incrível, as pessoas dispostas às melhorias, mas me deparei com o insensato, o incorreto e o que o não deveria estar em questionamento.

O respeito às pessoas sempre nortearam meu trabalho. Eu me preocupo nem mais a motivar, mas a inspirar pessoas. Quaisquer que sejam os motivos para que eu não cumpra isso, não faz parte do meu dia-a-dia.

Num momento bastante delicado de minha vida profissional, fui abordada pelo tribunal de justiça de São Paulo, devido a um concurso que fiz em 2005.

Naquela época, quando prestei o concurso, o concurso pagava um bom salário com relação ao que eu ganhava. Meus pais, funcionários públicos já aposentados, torciam para meu ingresso na área pública. Estabilidade! Diziam eles. Mas naquela época eu mal poderia dizer que nasci para desafios.

Diante da realidade que vivi, decidi ir para o setor público. Nunca foi segredo para ninguém que meu "estágio" lá seria provisório. Aqui me cabe contar um pouco do que é o trabalho público.

O trabalho público tem suas vantagens para quem sonha em não ter uma chefia presente. Lá cada um gerencia seu tempo, suas atividades e por vezes, podem até ser demasiadas. O salário é certinho, benefícios bons e imaginem: estabilidade certa! Ops, a não ser que você faça tamanha besteira e precise ser exonerado. Dificilmente isso acontece.

Pelo que vivi, também posso acrescentar: cada um faz o seu. Mais conhecido como cada um por si, Deus por todos.

Seria o paraíso, não fosse a tragédia de não ter feedback sobre seu trabalho. Não participar das decisões da empresa. Não ter voz ativa.

Algumas pessoas diriam: Você está em um paraíso. Eu não diria isso. Eu fui acostumada a ter feedbacks constantes. A liderar grandes equipes. A matar um leão por dia e pasmem: eu me sinto extremamente motivada por isso.

Voltar ao mercado privado foi fácil? Nāo. A maioria das empresas poderiam pensar: Meu Deus! O que esta profissional está procurando além da estabilidade! Eu respondo: Preciso me sentir viva! Preciso perceber que faço diferença na vida das pessoas. Preciso de desafios!

Foi fácil? Não foi. Precisei de pessoas que acreditavam em mim e no meu trabalho. Precisava de gente que empreendeu e sabia que minha atitude era praticamente um empreendedorismo.

Fu, então, colocar em prática uma de minhas habilidades! Juntar pessoas e compartilhar conhecimentos! Criei um grupo no whatsapp. Convidei ex-gestores, ex-fornecedores, ex-colegas e mostrei que eu poderia me reinventar.

Uma pessoa do grupo que pouco me conhecia me disse: Carol, da onde você surgiu? Minha resposta: Eu não surgi. Eu me reinventei.

E vou me reinventar quantas vezes seja possível para continuar fazendo o que mais gosto na vida: desenvolver pessoas.

Então trago aqui uma reflexão: Será que você procura estabilidade ou você procura estar no lugar certo?

Estes questionamentos foram abordados e inspirados em pessoas que admiro demais: @rodrigo garçone, @andré silva, @Jr rodrigues.

Minha dica é: corra atrás do que realmente te faz feliz. Não busque a estabilidade. Busque a realização. A estabilidade vem como conseqüencia.