Um caminho sem volta, mas ainda com muitos desafios

Um caminho sem volta, mas ainda com muitos desafios

Nos últimos anos, ESG (Environmental, Social e Governance) tem sido tema de inúmeros debates, seminários, matérias na mídia. Consultorias e especialistas no assunto surgem diariamente. Dentro das corporações, equipes multidisciplinares se debruçam sobre o assunto. Tudo que resulte em ações práticas é bem-vindo, e o tempo urge. Afinal, as empresas precisam gerenciar seus impactos, se preocupar e agir em prol do futuro das próximas gerações e da própria organização.

Resgatando um pouco da história, o termo foi cunhado em 2004, a partir de uma provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. Para tornar-se uma preocupação de todo o mundo corporativo, impactando nas decisões estratégicas, não demorou muito.

Segundo pesquisa realizada pelo Pacto Global da ONU, em parceria com a consultoria Stilingue, divulgada no início do ano, 78% das empresas já inserem o ESG em suas estratégias de negócio, e 59% incluem ações ESG no orçamento. No Grupo Brose, a exemplo de muitas outras corporações, os critérios de ESG conduzem os negócios globalmente, há muito tempo, sob a nomenclatura Responsabilidade Corporativa.

Na Brose do Brasil, temos uma equipe trabalhando sobre o tema, com representantes de áreas distintas, da qual sou gestora. Neste primeiro ano de atuação, descobrimos que desenvolvemos e realizamos muitos programas e ações que buscam promover a sustentabilidade, a ética e a criação de valor. Desde campanhas de arrecadação para beneficiar a comunidade do entorno das nossas plantas a treinamentos sobre assédio, compliance.

Contudo, o que percebemos, além de que temos e podemos fazer muito mais e melhor ainda, é que são iniciativas dispersas, muitas vezes pontuais. Evidentemente, são definidas a partir de um planejamento, com objetivos específicos e budgets reservados, mas nem sempre totalmente alinhadas ao propósito da empresa, que é proporcionar uma mobilidade segura, confortável e sustentável.

Entendemos que as práticas de ESG devem ser incorporadas no planejamento estratégico da empresa, de forma abrangente e genuína, com expectativas de longo prazo, que promovam a criação de valor sustentável para todos os stakeholders.

O mercado todo está se movimentando nesta direção. Inclusive, normas brasileiras avançam para estimular as empresas a adotarem a agenda ESG. Como exemplo, temos o Decreto nº 11.075/2022, que criou o mercado regulado de carbono e o conceito de crédito de carbono no ambiente legislativo nacional, demonstrando o interesse do país em impulsionar a compra e venda desse tipo de ativo.

A Instrução Normativa do Banco Central do Brasil – In BCB n° 325/2022  determina como devem ser registrados ativos de sustentabilidade por instituições financeiras.

Em janeiro deste ano, a Resolução 59/2021, da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), definiu as regras de aderência aos princípios ESG. As empresas de capital aberto passaram a ser obrigadas a reportar, e justificar, em caso de não cumprimento, determinadas métricas.

Também existem dois projetos de lei em tramitação no Congresso, que instituem selos ASG (Ambiental, Social e de Governança, na sigla em português), a serem conferidos a empresas que implementam práticas ESG. As companhias certificadas receberão benefícios, como melhores condições de financiamento em instituições financeiras públicas e privadas, desempate em licitações públicas, tramitação prioritária em procedimentos necessários para o exercício da atividade, entre outros.

Muito ainda se discute. Frequentemente, surgem novos estudos, diretrizes atualizadas, tendências, cases de sucesso. O assunto demanda estudo constante, aqui e no mundo, paralelamente ao trabalho interno nas organizações. A certeza é que atuar dentro dos princípios do ESG é um caminho sem volta, essencial para a continuidade dos negócios. Essencial para o Planeta!


Adriana Paula Ewerling

Gerente de Contas | Executiva de Desenvolvimento de Negócios | Supervisor Comercial | Automotivo | Sales

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Estamos aqui para esse desafio, essa transição corporativa para organizações responsáveis pelo progresso sustentável da Terra. Conte comigo!

Murilo Matta

President at Brose Brazil

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Parabéns Cel pela ótima reflexão! É fundamental que todos reconheçam o papel que desempenham na promoção de práticas sustentáveis, responsabilidade social e governança transparente. Ao abraçar o ESG, estamos contribuindo para um futuro mais sustentável e ético, além de fortalecer nosso propósito de criar valor a longo prazo. Estamos comprometidos em continuar avançando nessa jornada e incentivando outras empresas a fazerem o mesmo. #ESG #Sustentabilidade #ResponsabilidadeSocial

Luciano Labres, MBA, PMP®️, SAFe®️ LPM

Value Stream Officer, Product Portfolio Management, SAFe expert

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Ótimo artigo Cel, tema importante mas ainda está no fundo das pilhas de “to do” sobretudo no campo de produtos e plataformas digitais que suportem as organizações nessa jornada.

Jeffrey Rolim

Te Ajudo a Ter Clareza e Aumentar o Lucro com a Gestão de Performance | Melhoria Contínua | Lean | Inovação | Métodos ágeis | Gestão da Mudança

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Ótima perspectiva Cel, um tema a ser sempre desenvolvido 👏🏼👏🏼

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