UM CARNAVAL ESTRANHO, MUITO ESTRANHO.

UM CARNAVAL ESTRANHO, MUITO ESTRANHO.

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Ano passado, já estávamos em "ritmo de pandemia" e o Carnaval aconteceu. Foi uma explosão de contaminação. Pessoas foram viajar e trouxeram lembranças "covidentas" na bagagem.

Lembra do Cavalo de Tróia — presente de grego?

Foi mais ou menos isso.

Esse matador silencioso se espalhou rapidamente.

Este ano parece que colocaram a cabeça pra funcionar. Não está tendo Carnaval em lugar nenhum. Ao menos não oficialmente.

Já faz muitos anos que eu não participo do Carnaval.

Quando veio a público essa notícia óbvia de que não teríamos Carnaval, pensei comigo: "Dane-se, eu não faço parte disso, não vou sentir falta de nada!"

Eu estava errado. SINTO FALTA DO CARNAVAL

Não de estar no meio do Carnaval, pulando em bloquinhos, mas do Carnaval acontecendo. Dele estar ali e eu não estar ali por opção e não por obrigação.

Eu gosto de ligar a TV, dar uma zapeada e saber como foi o desfile da Salgueiro, de saber se algum carro empacou na avenida, das correrias dos artistas para desfilarem em São Paulo em um dia e correr para desfilar no Rio de Janeiro no outro.

Vez que outra aparece alguma treta de algum artista xingando a galera que está passando dos limites — se é que existem limites no Carnaval — em algum trio elétrico em Salvador.

E aquele casal do BBB que sempre consegue um "habeas corpus" para desfilar na Beija Flor e voltar correndo pra casa? Nem sei se isso acontece ainda, mas quando eu assistia acontecia.

Que sensação estranha não ouvir as propagandas da Rede Globo — que eu, assim como você, não assisto — com os sambas-enredo das escolas do grupo especial.

Nós, seres humanos, reles mortais, somos assim. Não queremos ser obrigados a fazer ou a deixar de fazer algo. Queremos ter a opção de nos coordenar. A gente não dá bola, mas tem certeza que está ali. Se precisar, é só pegar. Essa ideia só não pode prevalecer em um relacionamento — seja ele qual for —, mas isso é papo para outra hora.

Sinceramente, estou refletindo sobre a quarta-feira de cinzas. Como vai ser sem ter a apuração na Marquês de Sapucaí para acompanhar? Que saudades daquele sonoro: "-DÉIX, NOTA DÉIX!"

QUE NUNCA MAIS TENHAMOS QUE PASSAR UM ANO SEM O CARNAVAL!

IG @henrique.bonetto www.instagram.com/henrique.bonetto

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