Um dia me perguntaram por que eu escolhi fazer farmácia, e a primeira coisa que me veio à cabeça: Desafio!

Um dia me perguntaram por que eu escolhi fazer farmácia, e a primeira coisa que me veio à cabeça: Desafio!

Formada desde 2012, o meu primeiro contato com a profissão foi com a drogaria, o desafiador manejo com pessoas.

Normalmente o farmacêutico não é, em sua essência, comunicativo. Naquele momento me vi submersa em meio a tantas informações sobre medicamentos, vendas, saúde e clientes. Confesso que à primeira vista não consegui entender de que forma tudo isso poderia ser contemplado conjuntamente em uma única frase.

Foi quando, o SR. João de Deus precisou de serviços farmacêuticos, e mesmo com medo, respirei fundo e conversei pela primeira vez com um cliente, eu era a responsável técnica, fiquei mais nervosa ainda quando repeti isso mentalmente na tentativa de tentar me acalmar, apesar de tudo o resultado foi bom, o que resultou em gratidão por parte dele e o transformou em um cliente fiel da drogaria. Sr João de Deus gastava em média 600,00 por mês em medicamentos, o que para o tamanho da drogaria era como se ganhássemos na loteria sempre que ele entrava na loja.

Nesse dia percebi o quanto a presença do farmacêutico é importante nesse cuidado primário a saúde, além de estabelecer um equilíbrio ético entre saúde e lucratividade. Saí desta drogaria do interior do estado do Pará convicta de que o farmacêutico é uma ferramenta de transformação muito importante e acessível para a sociedade. Nesse dia, mais do que em qualquer outro, tive orgulho do meu diploma.

A próxima experiência foi um desafio ainda maior, uma drogaria praticamente falida, desorganizada, com funcionários desmotivados e pouco comprometidos. Essa sem dúvida foi a maior lição de todas, não há como promover a saúde dos clientes sem antes cuidar daqueles que são a cara da empresa. Não foi fácil, na verdade muito difícil. Mas deixar claro as funções de cada um, mostrar a eles os objetivos alcançados com cada ação, traçar o perfil de cada funcionário, redirecioná-los para aquelas funções em que tinham mais aptidão, transformar a forma com que eles viam o próprio trabalho, construir um ambiente colaborativo e acima de tudo, dar voz as suas ideias e autonomia para executa-las, transformou não só uma equipe mas também uma empresa, que teve como resultado o reequilíbrio financeiro.

Quando tudo estava em ordem percebi que precisava me desafiar ainda mais, e com os projetos na mala, embarquei para Goiânia, agora não mais na área farmacêutica, mas na resolução de conflitos em condomínios, eu e meu marido abrimos uma empresa que prezava pelo acolhimento do lar, pelas relações humanas de boa qualidade e na prevenção de problemas relacionados as estruturas condominiais. Foi uma trajetória curta, mas essencial para que eu voltasse para a drogaria certa de que a carreira gerencial era meu lugar.

No final de 2017 saí de Goiânia rumo ao Rio Grande do Sul a convite de uma empresa que me conquistou pela sua crença: "Gente que cuida de gente". Onde, sigo sendo desafiada todos os dias, no que diz respeito ao gerenciamento de pessoas, de processos e de conflitos. Que me trouxe a vivência em uma organização estruturalmente maior, com processos bem definidos, mas que no fim de tudo não difere dos desafios anteriores, focados na pessoa humana, única e complexa.

Porque no fim, onde quer que estejamos o que importa é nosso compromisso com o outro e o objetivo de fazer o melhor todos os dias, olhando pro futuro mas com as ações no agora, inspirando e acolhendo pessoas com empatia!

Então, posso dizer que escolhi ser farmacêutica porque sou apaixonada pelo desafio de cuidar da saúde alem do balcão e inspirar pessoas a buscarem seus melhores resultados, tanto na vida quanto no trabalho!

Ótimo

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