Um futuro possível: SP500

O que devemos fazer hoje para conseguirmos alcançar a cidade que queremos amanhã? O que temos deixado de fazer para que a cidade vá além de um pólo tecnológico regional e compita, de igual para igual, com Nova Iorque, Londres etc na disputa por talentos e atração de empresas inovadoras? Como o a ciência, as novas tecnologias e a inovação podem colaborar para resolver alguns grandes desafios da Cidade de São Paulo? E como impactarão em nossas vidas, para o bem ou para o mil?

Estas foram algumas das perguntas que me peguei fazendo nas últimas semanas. Tenho dialogado com algumas pessoas do ecossistema de inovação e empreendedorismo e tenho notado o quanto que temos sido displicentes e, de certa forma, até negligentes na relação entre o sistema de CT&I regional e as necessidades locais da cidade, em questões que poderiam ser resolvidas ou priorizadas, e que poderiam gerar um impacto gigantesco. Diferentemente de muitos outros munícipios brasileiros, a agenda de CT&I não é algo na qual a cidade investe tanto recursos. Em partes, justificado pela força de seu mercado, mas também pelo fato de haver entidades muito fortes, como a Fundação de Amparo de Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que acabam sendo esse vetor. Mas a cidade é a plataforma onde vários dos ingredientes são misturados e não podemos deixar essa potência de lado.

Mas algumas destas mudanças não ocorrerão do dia para noite. Pelo contrário, talvez, além de recursos financeiro, demandem tempo, constância e não seja pautas de governo onde, passado 4 anos, deixará de ser prioridade. Temos que ser capazes de orquestrar o tanto de competência e capacidade que temos por essa cidade, orientando esforços para gerar impacto positivo para população.

Para isso são necessárias novas formas de articulação de atores que convivem nas cidades em busca de visões sólidas que permitam construir o futuro almejado. E também temos que entender o que temos que atacar, onde queremos chegar, de que forma e por quais caminhos.

Daqui 30 anos a cidade de São Paulo complementará seus 500 anos. Mas como queremos celebrar estes 500 anos?

Posto essa constatação, me coloquei o seguinte desafio: realizar uma série de 30 entrevistas (uma representando cada um dos 30 anos) com diferentes especialistas, pesquisadores, autoridades e transformadores que estão atuando na cidade de São Paulo, e que usam a ciência, a tecnologia e a inovação como plataformas de tranformação socioeconômica e geração de valor.

Como pesquisador que sou, seguirei um roteiro de perguntas a fim de garantir um processo organizado e estruturado, mas ao mesmo tempo, que me dê flexibilidade para aprofundar o debate.

Através destes múltiplos olhares, quero poder ir fundo nesse debate, tentando revelar camadas que, por vezes, acabam sendo deixados de lado. E como resultado desta empreitada espero gerar um documento, sintetizando essa profusão de conhecimento que refletirá os anseios, os desafios, os obstáculos, mas também caminhos, possíveis soluções do que devemos fazer hoje para que a população paulistana, mas também a sociedade brasileira como um todo, poderá colher em 2054. E quem sabe, dar o pontapé para formulação de um pacto, uma rede ou, simplesmente, um grupo que extrapole as agendas políticas e cíclicas.

Prentendo finalizar essa ação até o início das eleições municipais para, quem sabe, consiga munir os/as candidatas com um documento que possa entender. Espero contribuir com o debate público para mostrar que ideias não faltam e que competência temos de sobra.

Essa será meu presente que quero deixar para a cidade na qual nasci, cresci e que quero poder continuar contribuindo, independentemente, de onde eu estiver.

Quem quiser colaborar, comente e indique sugestões de nomes de pessoas! Em breve, mais detalhes, com a agenda destes encontros e as pessoas que serão entrevistadas!