Um Ministério Familiar
Texto de Referência: 1 Cr 25.1-8
Quero compartilhar um pouco da visão ministerial que tenho buscado colocar em prática. A partir de uma abordagem familiar, ilustrando a realidade dos relacionamentos como equipe que atua no ministério, cujo conceito e princípios poderemos aprofundar em outra oportunidade sem prejudicar a discussão do assunto em questão. Não é novidade para a maioria dos cristãos que participam de grupos musicais em suas comunidades que “ministério” significa “serviço”, e, não é novidade também que servir em comunidade tem muitos desafios. Podemos perceber no texto que os líderes levantados para dirigir a música do Tabernáculo foram chamados para servir e junto com eles seus filhos – sua família. Estamos falando de um ministério que serve em família, que convive com relacionamentos saudáveis.
Como então servir a Deus sem entrar em conflito com nossas preferências e as dos outros? Como não permitir que as diferenças entre nós sejam motivos de constrangimento e barreiras para nossa equipe e principalmente no louvor congregacional? Algumas lições preciosas que podem nortear nosso procedimento:
1 - Cooperativismo – “E Davi, juntamente com os capitães do exército...” 1 Crônicas 25:1
- Davi não tomou a decisão sozinho, mesmo sendo Rei;
- Na família trabalhamos todos para o mesmo objetivo;
Exemplos de ações em conjunto:
A – partilhar – a equipe deve conversar com seus líderes sobre como está o andamento das coisas, o que precisa melhorar etc.
B – Participação no processo – é quando todos envolvidos participam desde a escolha dos cânticos, arranjos, sugerindo melhor horário de ensaio, deixando de lado o gosto pessoal de “A” ou “B”, mesmo se for líder, mas que as ministrações sejam mais a “cara” da equipe e sejam fruto de um trabalho em conjunto e do envolvimento das pessoas.
2 – Separação – “separou para o ministério...” 1 Crônicas 25:1
É interessante falar em separação pensando em unidade! Mas para os levitas e sacerdotes do AT. A separação significava estar separado do pecado (levando na testa a inscrição: Santidade ao Senhor) Ex. 39.30. Apontamentos:
A - estar totalmente dedicado ao Senhor;
B – responsabilidade com o serviço que assumiu;
C – ser referência para a congregação - os levitas e sacerdotes tinham hábitos, vestimentas e conduta peculiar, que os tornavam diferentes das demais pessoas.
Não é essa separação que estamos buscando para aplicação, afinal todos nós somos chamados ao sacerdócio com Cristo (1 Pedro 2:9), mas ter uma conduta de Cristãos, e não de músicos somente, sem privilégios. Como a congregação vê a sua vida?
Que referência somos para as pessoas que Deus nos confiou a tarefa de auxiliar e servir na adoração?
3 – Organização – 1 Cr 23.1-5. Toda família precisa de ordem e procedimentos para caminhar junto.
A - Contados de 30 anos para cima – maturidade. Na família não rompemos os laços nem abandonamos ninguém por causa de desentendimentos. Por isso, eu defendo a tese de que ministério não é lugar pra crianças, muito menos crianças espirituais. Amadureça e cresça na fé antes de assumir um compromisso com equipe de louvor ou algo assim.
B – 4.000 músicos, 288 mestres, 3 líderes – havia uma organização de turnos e escalas. Fico imaginando, como deviam ser os ensaios, a preparação de tudo. Creio que para uma gestão como essa é necessário grande envolvimento e responsabilidade, com horários, datas e procedimentos de funcionamento. Temos que admitir que nada pode funcionar bem sem uma boa preparação e organização. Numa gestão participativa, as tendências pessoais de cada decisão precisam dar espaço ao objetivo comum, e assim prevalecer o que for melhor no que diz respeito à comunidade.
C – seguir a orientação do líder – “com os instrumentos musicais que Davi preparou..”
1 Crônicas 23:5; “De acordo com as instruções finais de Davi…” 1 Crônicas 23:27. Por mais democrático que um líder possa ser, algumas definições e decisões ele precisará tomar sozinho, e evitar que o projeto pare nas discordâncias do grupo. É claro que isso implica em carregar a responsabilidade também dos fracassos, e o papel do líder é assumir e orientar a equipe pra corrigir. “Todos estes estavam sob a direção de seu pai, para a música da casa do Senhor.” 1 Crônicas 25:6
Insights:
1 - Instruídos no canto ao Senhor, todos eles mestres 1 Crônicas 25:7
Buscar aperfeiçoamento, maior preparação e o domínio da linguagem musical pode ajudar na comunicação como músicos, falando a mesma língua.
2 – Discipulado mestre juntamente com o discípulo.
1 Crônicas 25:8 – Você está disposto a cooperar com a família ministerial e disponibilizar seus talentos musicais para ensinar outros? Afinal ficar só criticando sentado no banco não vai ajudar muito!
3 – Família precisa de lazer junto, confraternizar-se. As equipes precisam se reunir além dos momentos de louvor congregacional e passar tempo juntos.