Um modelo de gestão: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa
Grande parte da minha visão de gestão esportiva foi construída na Federação Paranaense de Tênis. A entidade é auto sustentável e realiza seu trabalho através das receitas originarias de anuidades de jogadores e clubes/academias, além das inscrições em eventos. Acredito que pelo fato de existirem muitas academias de tênis, que procuram obter lucro através do esporte, eu também criei a visão de que o esporte precisa incidir mais em aspectos econômicos.
Para efetivar essas ideias no Brasil, em virtude da maior parte do dinheiro que mantém o esporte ser público, é necessária muita inteligência e criatividade. E o exemplo na minha opinião é a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
E não digo isso apenas pelas inúmeras condecorações que a entidade têm quando se fala em governança, o que já é louvável. O Rating Integra, o GET e o Sou do Esporte reconheceram o trabalho da entidade nesse quesito. Mas o que me chama atenção é a excelência de ideias e a forma que a CBTM está vendo o esporte, como algo além de competições de tênis de mesa.
Começa pelo fato de que a entidade em seu site possui um Manual de Gestão feito para as federações, ligas e clubes filiados, o que já mostra mais um claro diferencial e a preocupação com seus filiados.
Outro diferencial é que a entidade também pensa no que oferecer de retorno para seus patrocinadores, algo que na minha visão, ainda é muito negligenciado no esporte. A CBTM realizou um estudo de Valuation para conseguir valorizar seus produtos e garantir que o valor das propostas de patrocínio sejam proporcionais ao que é entregue pela entidade. Segundo o site da própria entidade, o Valuation utiliza a qualidade e a quantidade de impactos que a entidade realiza ao longo de um ano para definir o valor que entra na proposta. Hoje a Tibhar e as Loterias Caixas são patrocinadores da confederação.
Lógico que a CBTM também realiza ações muito comuns entre as entidades esportivas, como uma TV própria, leis de incentivo ao esporte e licenciamento, mas um projeto específico é muito inovador e chama muito atenção: a Arena Ping-Pong.
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Tive o grande prazer de conversar com o diretor esportivo, Geraldo Ricado H. Campestrini, que colaborou bastante para a produção desse texto e é ele quem começa contando o que é o projeto da Arena Ping-Pong: “A proposta é buscar uma proximidade com empresas por meio da instalação de locais de prática, acessíveis a colaboradores das próprias empresas. Uma forma de, tanto ampliarmos a prática do tênis de mesa, quanto estreitarmos relacionamentos comerciais com expectativa de ampliação de investimentos.”
Através desse projeto a CBTM cria espaços dentro de empresas para através do tênis de mesa gerar socialização, descompressão e esporte aos funcionários. A Confederação Brasileira de Futebol foi a pioneira em receber esse projeto.
Seguindo nas ideias inovadoras, o Business Plan da entidade foi produzido com o objetivo de melhorar a comunicação com o mercado e dessa forma, atrair mais investimentos. A proposta é criar um grupo empresarial, a TM Brazil, que fará o gerenciamento de ativos intangíveis como: imagem da seleção brasileira, propriedades comerciais, ativações, marca e submarcas da CBTM e do tênis de mesa brasileiro.
“Nossos projetos estão conectados, especialmente, para colocar o praticante (de todos os níveis) no centro das nossas ações/atividades. E, a partir da melhoria do relacionamento com eles, ampliarmos as possibilidades de geração de receitas.” Completa Geraldo.
O que eu mais gosto em todo esse desenvolvimento realizado pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, é o fato que eles extrapolaram o esporte como uma simples competição. Eles estão vendo sua modalidade de todas as formas possíveis de se ver o esporte: lazer, financeira, competitiva e formação. Explorando toda a abrangência que o esporte têm.
É por isso, que para mim, a CBTM é o melhor modelo de gestão de confederações e federação que o Brasil têm. Você conhecia o trabalho da entidade? O que achou de todos os projetos?
Brand Manager | Estrategista de Marca e Especialista em Conteúdo Digital.
3 aBoa, Monstro!