Um Momento de Reflexão!

Quero falar um pouco sobre uma experiência que tenho vivido na pele, mais precisamente nos últimos sete meses, que me fez refletir sobre minha vida profissional no que diz respeito a capacitação, experiência e competência.

No início do mês de outubro de 2017 recebi a notícia, aquela que aterroriza todo o trabalhador brasileiro nesse período recente de crise e instabilidade política e econômica. Estava sendo desligado da empresa que trabalhei nos últimos quatro anos por motivo de corte de despesas. Confesso que a ficha até demorou um pouco a cair, porque não me via longe dali, afinal eu me dedicava e vivia intensamente meu trabalho. Contudo, procurei transparecer serenidade e mostrar para as pessoas que me cercavam que tudo ia ficar bem, afinal não passava de uma crise momentânea, mesmo que no meu íntimo estivesse muito preocupado.

Já nos primeiros dias seguintes procurei atualizar meu currículo, meu perfil no Linkedin e buscar contatos com as pessoas que conhecia no mercado para estabelecer um networking que me ajudasse na recolocação. Entretanto o tempo passava e a vaga não vinha, nenhuma oportunidade em meses. Desistir não era uma opção, estudei a fim de não me desatualizar, participei de workshops e continuei firme me candidatando às vagas e buscando contatos nas empresas, porém, nenhuma oportunidade.

Alimentava a esperança de que as oportunidades não apareciam devido as datas festivas e que assim que elas passassem tudo iria melhorar, contudo, passou o fim de ano, o carnaval, os feriados prolongados e nada.

O passar do tempo minou minha resistência e potencializou meus temores. Criei uma máscara em que por fora parecia tranquilo, mas verdadeiramente experimentava sentimentos de angústia e tristeza.

Inevitavelmente pensava no que teria feito de errado e comecei a questionar minha vida profissional e minha formação. Será mesmo que estou no ramo certo? Será que tenho talento ou conhecimento suficiente? Será que me dediquei o bastante? Do que valeram os investimentos que fiz?

Eram muitos questionamentos, até que no início desse mês recebi uma oportunidade, apenas um pontual de dez dias para cobrir um afastamento temporário de um colaborador. Apesar de ser uma oportunidade de mostrar meu trabalho, pensava: O que posso fazer em dez dias? Na verdade, temia fazer apenas um papel figurativo, mas enfim, encarei e fiz o meu melhor.

Após esse curto período recebi um telefonema da consultoria, para me agradecer e dar um feedback positivo do cliente, dizendo que se surpreendeu com o que consegui entregar em tão pouco tempo e que gostaria de contar comigo novamente em futuras oportunidades.

Naquele momento, ouvir aquilo foi muito importante para mim e me fez refletir sobre uma conversa que tive uns meses antes com um amigo, onde ouvi dele o seguinte:

– Sempre te falei que para a empresa somos apenas números, você precisa se limitar a fazer o que é sua obrigação e cumprir seu horário. Até porque não existe ninguém insubstituível e normalmente os esforços para fazer o “algo mais” raramente são reconhecidos.

Não respondi apenas me calei, afinal para quem está com a autoestima baixa, essa fala é muito conveniente. Porém, refleti muito sobre essas palavras e cheguei à conclusão que isso até pode ser a realidade de alguns, mas eu não sou essa pessoa.

Se tentasse agir desta forma estaria distorcendo uma característica que é da minha personalidade. Eu sou aquele que se dedica; que não tem hora para sair; que pensa em alternativas diferentes para resolver um problema; que quer entregar sempre mais do que se pede e se frustra quando não é possível; sobretudo, sou o “bobo que se mata de trabalhar” para fazer o melhor, mesmo muitas vezes não tendo reconhecimento.

Penso que fugir dessa característica, não me faria feliz como pessoa nem com meu trabalho. Elogios e reconhecimento são bons, sim, mas essa entrega e dedicação toda serve primeiramente para satisfazer meu ego, preciso me desafiar e provar que sou capaz de fazer o melhor sempre, me faz sentir feliz e motivado.

Por fim, talvez a recrutadora não tivesse a dimensão do que significou o feedback do cliente sobre mim, mas serviu para exorcizar todos os questionamentos e pensamentos negativos que me afligiram durante esse período e principalmente para revigorar minhas forças.

A meu amigo digo apenas que vale à pena sim nos dedicarmos sem esperar reconhecimento, porque no final de tudo, mesmo que não dê certo, saberemos que o que deu errado não dependeu de nós.

Faço minhas suas palavras! Estou passando pela mesma situação, com a certeza que mesmo sem reconhecimento nossa atitude deverá sempre buscar fazer o melhor!

Jaqueline R. Garcia Lopes

AGENTE DE RELACIONAMENTO NA PROSOFT BY ALTERDATA

6 a

Sempre depende de nós fazer o mesmo ou o pior. Porém conhecimento é a única coisa que não conseguem tirar de nós. Quanto mais se tem, mais se dá, mais se trabalha com mais qualidade. E além do conhecimento a dedicação, porque saber que fizemos o melhor que pode ser feito nos deixa com a consciência leve.

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