Um novo olhar sobre o envelhecimento
Um novo olhar sobre o envelhecimento
Na atualidade, a maioria das pessoas pensam no envelhecimento de uma forma negativa. Pensam nos problemas, desafios e possíveis limitações desta etapa da vida. Olham para a idade como um fardo pesado, pensam no isolamento social, ociosidade e na descriminalização por ter cabelos brancos. É necessário mudar essa percepção de que envelhecer é algo ruim e incorporar os idosos em nossa sociedade como um ser capaz de contribuir com a sociedade, mudar conceitos já enraizados que atrelam a velhice às doenças ou a símbolos como óculos e bengalas. O grupo etário daqueles com 80 anos ou mais estará entre os mais numerosos da população do país em 2060. Será que 80 é o “novo 70”? Ou 70 é o “novo 60”? Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os velhinhos de hoje, de fato, possuem qualidades físicas e mentais melhores em relação a seus pais e avós.
É possível existir um envelhecimento saudável
Hoje, nosso objetivo é encontrar os caminhos que levam ao envelhecimento ativo. Na verdade, existem vários fatores que culminam com a expectativa de longevidade, mas o envelhecimento saudável impõe não só boa condição física, mental e genética, como também a inclusão social e valorização de sua experiência de vida e a sabedoria adquiridas ao longo dos anos, dando oportunidade para que utilizem essas qualidades.
Intergeracionalidade
A ação intergeracional é um bom aliado para o envelhecimento ativo, pois beneficia tanto a criança – por ter muito a descobrir – e o idoso – por ter uma imensa bagagem de conhecimento e experiência. Estimular as trocas intergeracionais por meio de encontros entre crianças e idosos é um facilitador para o fortalecimento de laços afetivos, possibilitando o conhecimento entre gerações. As vivências possibilitam a troca de conhecimento e, assim, os idosos resgatam memórias e histórias, constituindo suas identidades.
A tecnologia ajuda muito
A tecnologia é um presente incrível, porque pode nos trazer sabedoria e colaboração além de nos dar a oportunidade para fazer coisas melhores. Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), aprender, seja o que for, ajuda a prevenir doenças como a depressão. Pesquisadores acompanharam 1,2 mil pessoas com mais de 60 anos durante uma década e 23% dos idosos entrevistados em Florianópolis apresentavam os sintomas da doença. Para um novo envelhecimento, precisamos ter uma mentalidade diferente. Quem passou dos 60 anos e aprendeu a usar celular e internet teve um ganho de memória de até 50%. Além disso, nesta fase da vida, em que o risco de sofrer depressão praticamente dobra, o convívio social é um remédio.
Atividade física
Grande parte do projeto de envelhecer com saúde envolve exercícios para corpo e mente. Na velhice, nunca é tarde para iniciar os exercícios de forma regular. Vencer o sedentarismo é importante, mas precisamos saber que práticas de pouco impacto são as mais indicadas para quem está acima dos 60 anos. Caminhadas, atividades na água, alongamento, dança e musculação são atividades que desenvolvem flexibilidade, equilíbrio e força muscular, e que são de fácil realização para não causar lesões. Para que a prática de atividade física impacte de forma positiva na qualidade de vida do idoso é essencial o acompanhamento de um médico ou profissional da área.
Lembre-se, um idoso saudável tem sua autonomia preservada, tanto a independência física como a psíquica. O apoio da família também é essencial para que vivam felizes.
Malvina Juliane Ribeiro