Um olhar contaminado
Como é bom quando as pessoas que estão à nossa volta, realizam seus sonhos, colhem seus frutos e se desenvolvem. Olhar para o lado e vivenciar os sentimentos que o outro está sentindo é como se a felicidade fosse nossa também. Você consegue ser empático a ponto de sentir as emoções das pessoas próximas? Infelizmente, esta não é uma prática comum atualmente.
Vivemos em sociedade e é justamente ela que estimula que sejamos cada vez mais individualistas. Trabalho, família, amigos, tantas relações que nos envolvem e muitas vezes estamos preocupados apenas com o que estamos sentindo. Quando planeja realizar algo significativo na sua vida, você costuma compartilhar seus planos? Quem já ouviu “não conta para ninguém até dar certo? ”. Frases como esta mostram o quanto somos estimulados a nos isolarmos cada vez mais.
Muitas pessoas não sabem conviver com a felicidade do outro. Não pense que isso está distante, você pode agir da mesma forma sem perceber. Quando analisamos os campos de trabalho e estudo, estas situações ficam mais claras. Aquele colega de trabalho que ganhou uma promoção. Um aluno que tirou uma nota maior que a sua. O amigo que conseguiu comprar o carro que tanto desejava. Que sentimento você percebe que foi despertado primeiro? São situações cotidianas como estas que percebemos o quanto somos resistentes à felicidade do próximo. Muitas vezes, inveja, julgamentos e críticas surgem como uma resposta imediata, tomando conta do nosso pensamento. Você pode estar pensando “eu não sou assim”. Tomara que não, porém lhe pergunto, quando alguém compartilha algo de bom com você, qual sua primeira reação? Se seu primeiro pensamento foi, “mas como ele conseguiu? ”, abra seus olhos.
Nosso olhar está constantemente buscando criticar o próximo. Enxergamos defeitos a ponto de desmerecer as conquistas do outro. A dificuldade em valorizar as qualidades, o esforço e os méritos do próximo está justamente por nos colocarmos em primeiro lugar. “Porque ele e não eu? ”. Assim, sem percebermos, criamos um ciclo vicioso. Não compartilhamos nada para não sermos julgados e as pessoas omitem suas conquistas com medo do nosso julgamento. Resultado? A maioria das conversas entre as pessoas hoje são voltadas para os problemas e dificuldades de cada um.
É seguindo este raciocínio, que precisamos fazer uma análise de como estamos nos relacionando em sociedade. Questões políticas e econômicas já tornam nosso dia a dia tão pesado! Não permita que suas relações sejam dessa mesma forma. Pratique empatia com as pessoas a sua volta. Precisamos nos desacostumar a olhar apenas para nós mesmos, e passar a valorizar, apoiar e incentivar as pessoas à nossa volta. Pois são os pequenos detalhes na forma como nos relacionamos com as pessoas, que geram impacto direto em nossa saúde mental.