Um Propósito

Hoje minha filha de 7 anos chegou com a tarefa da escola para fazer.

Assistir um vídeo e fazer um desenho sobre o que entendeu.

Alguns minutos se passam, ela vem indignada e diz: quase chorei agora!

Depois de me contar a história do filme, ela foi ao cerne...

"Mãe, com tantas crianças ali, só ela foi brincar com ele! Ninguém mais quis ser amigo, ninguém mais se importou! Ele precisava tanto, ele era diferente e especial, precisava de ajuda!"

Foi gritante o incomodo, a angustia e a inquietação em seus olhos...

Pensei: por que crescemos e desaprendemos tudo?

Há tempos esse tema "PROPÓSITO" me inquieta ...

Fiquei pensando nas palestras, livros, artigos, workshop e vídeos dos profissionais mais renomados, sobre desenvolvimento humano, e lembrei de frases do tipo:

"Cerque-se de pessoas melhores que você"

"Ande com quem você quer aprender"

"Inspire-se em pessoas que foram mais longe"

Humm, legal!

E alguém por aí já ouviu falar da boa "dar é melhor do que receber"?!?!

Bom, nada contra ter referências, inspirações e cultivar a admiração...

Mas tudo contra os tempos modernos do "seja sua melhor versão" em que aprendemos a cultivar relacionamentos por interesse, rasos e líquidos... simplesmente pela troca do velho "toma lá, dá cá".

Geralmente esses discursos egocêntricos, no final falam de propósito (para matar de vez), te instigam com questionamentos para que você descubra o seu ...

Nunca conseguiram me inspirar, nem de longe, nem um pouquinho...

Não consigo entender propósito como uma frase bonita e bem empregada, onde na maioria das vezes a equalização é:

usar pessoas + sonhos e/ou objetivos profissionais + necessidade de ganhar dinheiro = propósito (Oiii???)

Nada contra, não mesmo, a ganhar dinheiro, realizar sonhos e construir um futuro...

Mas só consigo começar a pensar em propósito quando me pergunto:

  • eu faria o que faço mesmo que não recebesse por isso?
  • eu não escolheria a quem beneficiar com o que faço?
  • eu sei que não posso mudar o mundo, mas poderia tocar, ao menos as pessoas que estão ao meu redor, com o que de fato me move?
  • eu não teria hora e nem lugar para exercer o meu propósito?
  • eu estou indo na contramão do que a maioria está fazendo?

Vejo que é muito mais profundo do que só descobrir a sua vocação e competências, é de fato descobrir o que te faz ser diferente, o que nos tira do lugar comum.

Sei bem que se livrar da equação não é fácil, mas não vamos, NÃO MESMO, banalizar um verdadeiro propósito e não vamos desistir de continuar uma verdadeira busca pelo nosso!

E voltando na lição da minha filha, respondi:

Filha, poucas pessoas, muito cedo, descobrem logo para o que nasceram e exercem isso sem perceber, naturalmente, assim: com qualquer um, em qualquer lugar, sem ganhar nada em troca e mesmo que esteja todo mundo fazendo totalmente diferente! Outras pessoas precisam de um pouco mais de tempo para descobrir o que fazer e tantas outras nunca descobrirão!

Daí, assistindo esse vídeo penso: o nascimento de um verdadeiro propósito!

Assistam, o vídeo é lindo!

CANDY BRAGA

Multiplicando conhecimentos para desenvolver experiências transformadoras

5 a

Que lindo Luciana!!! E que sorte da sua filha ter uma mãe assim! Refletiu bastante o meu momento atual também... Fazer diferente de todos os outros não é loucura, quando se tem um propósito! Mil Beijos!!!

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