Um realista esperançoso

“O otimista é um tolo. O pessimista é um chato. Bom mesmo é ser um realista esperanço.” – Ariano Suassuna.

O Ibovespa manteve a euforia e encerrou a primeira semana de negócios de 2021 estabelecendo novos recordes de fechamento, encerrando o dia em alta de 2,19%, aos 125.076,63 pontos. Na semana, o Ibovespa subiu 5,09%.

O dólar comercial fechou em alta de 0,31% no mercado à vista, cotado a R$ 5,4160 para venda, engatando a terceira alta seguida em mais uma sessão de forte volatilidade, em reação às notícias da política local que elevam as incertezas com o cenário fiscal.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) encerraram a sessão em alta firme, esticando o movimento de recomposição de prêmios observado nas últimas quatro sessões. Os investidores seguem receosos em relação aos riscos fiscais, com o grave cenário da pandemia no país elevando o temor de retomada do auxílio emergencial, "furando" o "teto dos gastos", o que anteciparia o ciclo de alta da Selic.

O Bitcoin está levando o lema: “O Céu NÃO tem limite” e nestes primeiros dias de janeiro valorizou 37,33%.

A volatilidade foi ignorada pelo Sr. Mercado. Os riscos foram minimizados pelos investidores. E o resultado disso é o resumo da semana, onde o Ibovespa, commodities, juros, moedas e criptomoedas subirem muito forte e, conseqüentemente, os investidores estão felizes com seus lucros.

Logo, ousamos dizer que diante de uma nova tese global de investimentos ou uma tendência mais ampla de Reflation, onde este tipo de rotação de portfólio pode continuar a ocorrer por meses/anos e não apenas dias/semanas.

Entretanto, não é comum todos os ativos subirem de uma vez, logo há uma possibilidade de que no curto-prazo, os ativos possam estar mascarados pelos fluxos globais positivos, e se for realmente isso, nosso conselho é: Vai com calma!

Continuamos construtivos com o cenário econômico global para o ano de 2021, porém a possibilidade de aumento de inflação no mundo, o aumento de taxa de juros nos países desenvolvidos e seus impactos nos ativos de risco, em especial em mercados de crédito, emergentes e no Brasil nos deixam preocupados com esta euforia momentânea.

Como disse Suassuna: “preferimos ser um realista esperançoso”.

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