Um tapinha dói!

Por muitos anos tive a ideia de que um tapa bem dado, na hora certa, poderia resolver problemas futuros, pois, afinal de contas, nada bate mais forte do que a vida.

Hoje penso de forma totalmente diferente. Aliás educar faz parte da gestão de pessoas e depende de liderança, orientação, comando e exemplo.

Se um pai ou uma mãe chegam ao ponto de ter que usar de força física, não importa a intensidade, como corretivo, já demonstra que eles erraram no processo inicial.

Imagine uma criança teve de tudo, sem rejeição, sem a definição de hierarquia, tendo o poder de escolha do que quer e do que gosta... No momento em que ela é contrariada, obviamente não se encontra preparada para fazer algo que a desagrade.

Aliás, ao analisarmos a expressão: "criança malcriada", podemos interpretar literalmente e chegar à seguinte conclusão: a criança teve uma criação errada, não teve orientação, não foi lhe dado os limites.

Sim, a Gestão de Pessoas é a competência de saber trabalhar o choque de virtudes e limites. O que eu posso, o que eu devo e o que eu quero.

Uma criança que não foi treinada para entender o "não", quando se depara com essa proibição que vai contra os seus valores e crenças estabelecidos pelos responsáveis, passa a ser incompetente em assimilar que ela não vai conseguir alguma coisa ou fazer alguma coisa da sua vontade. Daí vem a birra e como consequência: uma boa cintada.

- Ahhh mas eu apanhava quando era criança e não morri!

Estamos em épocas diferentes, com novas formas de ver o mundo, de nos comportarmos, de nos posicionarmos. Então a comparação chega a ser uma covardia com quem, na época, não tinha acesso a esse tipo de debate.

Quando um colaborador de uma equipe comete um erro, a culpa é sim do gestor, por duas situações:

1. Não existiu o cuidado de fornecer todas as informações e práticas necessárias para executar o serviço.
2. Não existiu a competência por parte do gestor em prestar atenção em relação a engajamento, autonomia e caráter do seu comandado.

Pois é, educar é sim liderar, ter comando, explicar como funciona o mundo e ser firme em relação aos limites.

Não estou propondo uma utopia de Príncipe Siddhartha, mas que exista uma reflexão e um mea-culpa antes de partir imediatamente para uma punição.