UMA ABORDAGEM SOBRE A QUALIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE REDE CELULAR MÓVEL NA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Após o processo de privatização do sistema Telebrás,em 1998, as operadoras iniciaram forte e significativo investimento em redes,promovendo a migração das mesmas do plano analógico para o plano digital.Inicialmente com redes 2G GSM,tendo em vista a crescente necessidade e exigência da sociedade por transmissão de dados.Na sequencia as redes evoluíram para sistemas 3G e ultimamente com sistemas LTE, mais conhecida como 4G.

As operadoras,para implantação/expansão/modernização de suas redes moveis,sempre trabalharam em parceria com grandes empresas  com destaque para NOKIA, ERICSSON,HUAWEI. Essas gigantes,na condição de contratadas,por sua vez subcontratam os serviços de projeto e instalação.Devemos lembrar que essas empresas,originalmente,atuavam somente como fabricantes e fornecedores de equipamentos,sem muita experiência na gestão de projetos de implantação.No entanto a mesmas tem evoluído nesse quesito.

Observamos que é nesse instante que os problemas surgem e devido aos seguintes fatos:

1-Ausência de participação da área técnica no fechamento das propostas a serem apresentadas ao contratante ;

2- Necessidade de modelar a proposta comercial ao target da contratante;

3-Preços de serviços fortemente rebaixados pelas contratantes;

4-Não participação da Regional da operadora envolvida na elaboração dos itens a serem contratados;

5-Em geral não há apresentação,pela contratada vencedora das propostas apresentadas a operadora,do escopo do contrato junto a regional da contratada e junto a regional envolvida da operadora;

6-Qualidade das empresas subcontratadas  recrutadas pelas contratadas  é sofrível,exceto em alguns casos bem pontuais;

7-Subcontratadas sem nenhum compromisso com a qualidade dos serviços que executam;

8-Elevada permissividade no quesito relativo a empregados com vínculos empregatícios diretos com a subcontratada versus empregados quarteirizados sem nenhum vínculo ou compromisso;

9-Qualidade da mão de obra muito aquém das necessidades para a realização de uma ótima instalação;

10-Ausência de fiscalização,por parte das contratadas,dos serviços executados pelas subcontratadas;

11-Muito foco na venda de equipamentos e nos prazos contratuais e pouco foco na qualidade dos serviços;

12-Retenção de receitas,pelas operadoras,devido a não aceitação dos serviços executados pelas contratadas/subcontratadas;

13-Tempo reduzido para a execução do escopo contratual,com qualidade,muito embora a contratada tenha concordado com os termos do mesmo.

Aliado esses pontos temos ainda:

1-Contratadas privilegiam o recrutamento de mão de obra com forte habilidades em planilhas eletrônicas ( planilheiros) para suas equipes de projetos/implantação,na maioria das vezes sem formação técnica compatível com o escopo do contrato;

2-Núcleos regionais das contratadas ( os chamados projetos) ficam como ilhas das suas matrizes,sem nenhuma interatividade com os demais departamentos,como os RH,que funcionam mais,em geral, como divisão de pessoal;

3-Logística da Região Norte do Brasil,com suas localidades distantes provocando enormes dispêndios com transporte de materiais e equipes,muito embora seja do conhecimento prévio das contratadas.

4-Problemas com regularização de terrenos,assim como a regularização de sites, junto as prefeituras;

5-Redes com planejamentos equivocados;

Dessa forma o que observamos,sob a visão de cliente,são serviços ofertados com baixa qualidade,com elevadas taxas de QL ,baixa velocidade de transmissão em troca de dados ( vídeos,mensagens,fotos,etc),zonas de sombra,handoff,coberturas ineficientes.  

Destacamos que as contratadas estão buscando evoluir no quesito qualidade de seus serviços,promovendo uma melhor seleção de seus parceiros e entendendo que  já não são meros vendedores de produtos,mas também prestadores de serviços.

A considerar que a atual situação de recessão econômica que o país vive,acreditamos que as operadoras,excetuando os casos de exigência da ANATEL,promoveram uma retração nos investimentos para expansão de suas redes.

Essa é a oportunidade para as operadoras investirem na melhoria de seus sistemas com investimentos operacionais e com relevância para seus processos de manutenção,sempre carente e deficitário. 

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