Uma análise crítica da "Economia Brasileira".
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Uma análise crítica da "Economia Brasileira".

A economia brasileira tem apresentado sinais mistos no final de 2024, refletindo um cenário desafiador, impactado tanto por fatores econômicos quanto políticos. Este artigo analisa os principais indicadores divulgados na semana de 9 a 13 de dezembro, oferecendo uma visão crítica sobre os avanços, os desafios e as implicações do atual momento político-econômico.

Inflação e Política Monetária

De acordo com o relatório Focus do Banco Central (06/12), o mercado projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2024 em 4,84%. Apesar de o IPCA de novembro (0,39%) ter desacelerado em relação a outubro (0,56%), os preços livres continuam pressionando o índice, com alta de 0,84%. Este cenário inflacionário reflete a dificuldade do governo em conter os aumentos de custos em setores essenciais, especialmente em meio a uma política fiscal que carece de coesão e previsibilidade.

Em resposta, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano, sinalizando o compromisso com a estabilidade de preços. Contudo, essa política de juros altos pode agravar o já delicado equilíbrio entre crescimento econômico e controle inflacionário, gerando um impacto desproporcional sobre pequenos negócios e consumidores endividados.

Atividade Econômica

Os indicadores de atividade econômica mostram uma resiliência moderada, mas as fragilidades subjacentes permanecem evidentes:

  • PIB e IBC-Br: A expectativa de crescimento do PIB foi revisada para 3,39% em 2024, acompanhada pelo avanço marginal de 0,1% do IBC-Br em outubro. Esse desempenho reflete, em parte, a recuperação de setores específicos, mas está longe de sinalizar uma retomada robusta e sustentável.
  • Setor de Serviços: A alta de 1,1% em outubro na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) é positiva, mas o crescimento acumulado de 2,7% em 12 meses revela limitações em termos de abrangência setorial.
  • Indústria: Embora o faturamento industrial tenha crescido 3,1% em outubro, a Utilização da Capacidade Instalada recuou para 79,4%, indicando um ambiente de incerteza que inibe investimentos mais expressivos.
  • Comércio: O comércio varejista apresentou alta de 0,4% em outubro, com um avanço acumulado de 4,4% em 12 meses, mas enfrenta desafios com a perda de poder aquisitivo das famílias.

Mercado Externo e Balança Comercial

A balança comercial acumula um superávit de US$ 70,8 bilhões no ano, mas a redução no saldo médio diário, de US$ 466,2 milhões (2023) para US$ 197,8 milhões em dezembro de 2024, expõe a volatilidade da demanda externa. Adicionalmente, o cenário internacional, marcado por juros elevados nos Estados Unidos e tensões geopolíticas, cria um ambiente desfavorável para exportadores brasileiros.

Confiança Empresarial e Produção

  • Confiança Empresarial: A queda do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para 51,7 pontos reflete a percepção de um cenário político incerto, que dificulta o planejamento de médio e longo prazo.
  • Produção Industrial e Automotiva: A produção de motocicletas cresceu 10,7% em novembro frente a 2023, enquanto a produção de veículos avançou 16,5%. Apesar desses dados positivos, o setor ainda enfrenta gargalos logísticos e custos crescentes.

O Peso do Cenário Político

A instabilidade política no Brasil continua sendo um fator crítico que agrava a percepção de risco entre investidores e empresários. O governo tem enfrentado dificuldades para aprovar reformas estruturais, enquanto as tensões entre os poderes legislativo e executivo geram incertezas sobre a condução econômica futura. Esse cenário alimenta um ciclo de cautela nos mercados e reduz a margem de manobra para políticas fiscais mais expansivas.

Desafios e Perspectivas

O Brasil encerra 2024 em uma encruzilhada. Por um lado, setores como serviços, comércio e produção automotiva mostram capacidade de recuperação. Por outro, a combinação de juros elevados, pressão inflacionária e incertezas políticas ameaça comprometer o crescimento em 2025. Será essencial que o governo retome a agenda de reformas, melhore a previsibilidade fiscal e enfrente os desafios estruturais que há anos limitam o potencial econômico do país.

Lembre-se.:

Embora haja sinais positivos em alguns setores, a economia brasileira enfrenta um ambiente adverso, tanto interna quanto externamente. Superar esse momento exigirá liderança política firme, articulação institucional e um esforço coordenado para reverter a perda de confiança nos rumos econômicos do país.

Fontes: Banco Central do Brasil, IBGE, FGV, CNI, Abraciclo, Anfavea, Empapel.

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Geraldo Donizetti Cattai

Diretor na Cattai - Gestão e Organização Administrativa e Financeira

1 sem

O sinal 🚦 claro do desequilíbrio do Brasil pode ser medido, de forma singela, pelo nível descontrolado da dívida do setor público e privado com a alta probabilidade de “espanar” , ou seja, mais uma moratória (calote) dos títulos federais e porque não incluir estaduais e municipais por osmose, e inadimplência no setor privado começando pelos mais de 40 mil leilões de imóveis tomados, atrasos , títulos protestos e só não temos cheque devolvido porque ninguém mais aceita cheque! 🤷♂️😱🧐😭

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