Uma breve opinião sobre a Actimel e o #Copystrong

Uma breve opinião sobre a Actimel e o #Copystrong

Tenho notado com alguma curiosidade o comportamento dos mais de 100.000 fãs do Sensivelmente Idiota após este acusar a marca de roubar uma ideia para um spot, apresentada por ele, mas rejeitada porque “afinal já não iam fazer nada”.

Seja verdade ou não e independentemente dos detalhes, o hashtag viral em paródia da campanha tem sido usado para recriminar o comportamento da Actimel. A sua página de Facebook está repleta de comentários de não-publicitários que a castram pelo miserável comportamento que tomou ao tirar proveito de uma criatividade sem o devido mérito e recompensa.

No entanto, para os mais interessados - aqueles que trabalham no meio - a revolta expressa é pouca ou nenhuma.

Não falo do caso da Actimel em particular. Falo da normalidade com que é encarada a força de trabalho mal ou nada remunerada que mantém as agências de publicidade a funcionar. Na cultura de aproveitamento e por vezes plágio de ideias dos caçulas que andam a mostrar portfólio na esperança de poderem vir a ser gente grande. Na falta de olhares acusatórios na apresentação de ideias recicladas a marcas e às galas de prémios.

Tudo isto é encarado, por quem vive cá deste lado, como fazendo parte integrante do nosso mundo, enquanto que do lado de fora a reacção é tremenda - pelo menos quando é uma figura pública cuja voz alcança milhares de pessoas.

Em qualquer meio, existe uma cultura. E essa cultura rege os comportamentos de quem nela vive. E é quem nela vive que é responsável por manter e influenciar a cultura.

Merecido ou não, fico algo contente por ver tanta revolta em relação ao #Copystrong.

Fico triste é por nunca a ter visto onde ela faria a diferença.

 

Mais disto no Pubsicólogo.

André Dias

Creative Art Director @ Havas

8 a

Será que foi exactamente como o humorista contou? Quando tens 100k de pessoas a seguir-te é fácil escreveres o que seja e ter logo o backup de tanta gente que não faz a menor ideia de como tudo se passou. E verdade seja, dita, mesmo que a situação se tivesse passado como foi contada, a ideia de ires para um autocarro animar as pessoas não é nada de "groundbreaking" e difícil de chegar tendo em conta o enquadramento da marca. Infelizmente o teclado e os dedos funcionam mais rápido que o cérebro. #CopyNotSoStrong #UmLeãoParaODiogo

Elcio Chiquinato

Founder & Partner - Grupo Chiquinato

8 a

A falta de caráter origina estas coisas... Infelizmente também me aconteceu com uma agência que depois das ideias bem estruturadas no papel e o cliente deles adorar o que apresentei quiseram colocar-me de parte para faturar mais um pouco mas felizmente aqui o "tonto" tem advogada e voilá case closed. O que não falta são pessoas para executar as ideias... o que falta são pessoas com ideias e os clientes até começarem a perceber isso vão atirando dinheiro para o ar sem qualquer retorno. Comunicar ou fazer barulho é fácil... agora conectar-se com as pessoas isso é outra coisa. Abraço e obrigado pela partilha!

Hugo Filipe Pinto

Founder at Ray Gun Worldwide, Shopper Action and APRG Worldwide group

8 a

Muito bem escrito, ainda na hora de almoço falava sobre o assunto, tal e qual.

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