Uma das coisas que aprendi velejando
Em 2014 tive a oportunidade de realizar um antigo sonho, fazer uma travessia a bordo de um veleiro. Fiquei praticamente um mês a bordo do catamarã Atlantis, do capitão Marc Gielissen. Lembro que o trecho mais longo da travessia, foram 13 dias sem pisar em terra. E a maioria deles, avistando apenas céu e mar. Confesso que várias vezes me perguntava," O que estou fazendo aqui?". Para então refletir e aproveitar aqueles momentos maravilhosos, de muita paz, tranquilidade e autoconhecimento. Percebia como tudo eram escolhas. Desde o meu desejo de participar da realização do meu sonho, como decidir se seriam momentos de tédio ou prazer. Desconforto com o balanço do mar, ou aprendizado de como enfrentar a tempestade que se fazia presente. E quando escolhia aproveitar o momento, o tempo passava de uma forma muito melhor. As conversas com o capitão Marc rendiam ótimas trocas de experiências. O silêncio à bordo era aproveitado para meditar, ler e refletir sobre o que faria quando voltasse à terra. E também à nova profissão, pois eu havia tomado a decisão de mudar minha carreira profissional. Sairia da atividade que já exercia a 20 anos, para me dedicar à auxiliar as pessoas a descobrirem e potencializarem ainda mais seus pontos fortes. Desenvolver e treinar pessoas seria minha nova profissão.
E afirmo que o período de quarentena me ajudou muito a planejar e encarar o novo desafio. Com mais calma, confiança e bagagem para o desconhecido que estaria em minha frente.
Penso que o novo momento que estamos passando é uma grande oportunidade para refletir como será a vida daqui por diante.
Assim como o capitão do veleiro Atlantis contava com o meu apoio para os turnos que ele precisava descansar ou enfrentar as tempestades que se anunciavam (sim, elas sempre anunciam com antecedência sua chegada), eu contava com os conhecimentos dele para chegarmos sãos e salvos em nosso destino. Assim será a nova economia. O grande terá que auxiliar o médio, para que possa apoiar o pequeno e que ele também cuide dos seus clientes. Todos interligados, pois não adianta apenas um cabo (corda) forte querer dar conta de segurar a vela mestra. É preciso que de alguma maneira, o cabo forte auxilie e tenha apoio dos cabos mais fracos. Para que esse "veleiro" continue firme e forte para conseguir passar essa tempestade que se anuncia. E o apoio de todos, fará a grande diferença para o sucesso para se chegar ao novo destino.