Uma educação medíocre, um país medíocre

Uma educação medíocre, um país medíocre

 Não sou um perito em educação. Não tenho filhos para aferir a educação que eles trazem da escola.  

Considero, talvez com algum empirismo, que a educação em Portugal é má. Claro que me comparo com os melhores, países nórdicos.  Só assim percebemos que não estamos perto do que se pretende.

 Se “ranquear” o que é medíocre…coloca-o abaixo do satisfatório.  Ser satisfatório, é jogar na segunda liga de futebol ou para não descer. Ser medíocre é pior.

A nossa educação pública (e é a minha opinião) é maioritariamente pouco ambiciosa nos níveis pré-universitários. Na universidade,  salvo algumas excepções, encontramos ensino público e privado, mais uma vez, pouco ambicioso. Claro, temos de nos comparar com os melhores. A minha crítica não vai para os professores. Vai para quem os deixou e preparou para trabalhar no ensino.

 Se pensarmos que um bom profissional começa a ser feito no ensino básico…percebemos a linha de crescimento profissional que está a ser traçada.  Vou arranjar analogia com o futebol, visto Portugal ser um país de treinadores: dificilmente um Ronaldo ou um Bernardo Silva aparece só nos seniores. Podem aparecer, mas são poucos.  Mais, podem ser promissores até aos juniores, mas se não for educado e disciplinado desportiva e socialmente, deve vir a ser um flop.

 Se pensarmos que a Educação é o melhor e o mais poderoso investimento que um país pode fazer no presente para preparar futuro, podemos perceber o que se espera.

 Os benefícios pessoais e colectivos são evidentes. Não é arriscado afirmar que pessoas mais educadas são mais saudáveis, têm melhores salários, vão mais tempo de férias, são mais exigentes consigo e com o poder político, …(este artigo é intemporal).

 Talvez seja a hora deixarmos de ser medíocres, isto de alto abaixo na nossa sociedade. 

Três exemplos terrenos:

- Moro numa rua com muitos cãezinhos. Regularmente deparo com a porta do prédio (cão)urinada. Mais que uma vez vi a dupla, cão e dono, na micção. Protesto, aviso, resmungo… e não conseguem perceber a falta de educação e sentido cívico que apresentam.

- Entre os meus 13 e 15 anos, a escola onde eu andava em Lisboa, nunca teve ginásio. Nunca tive aulas de educação física. Tínhamos umas fugazes idas à Piscina dos Olivais. No meu caso isso não era um problema. Eu já fazia desporto,,,e à séria.  

- Os últimos meses têm-me levado a andar de elevador. Recorrentemente o meu bom dia não tem resposta. A razão prende-se com o “efeito spotify”. Auscultadores  nas orelhas e o mundo pára.