Ao que tudo indica, uma NOVA FORMA DE TRABALHAR é a bola da vez nas discussões sobre a melhoria da produtividade. Uma recente pesquisa, realizada pela Regus – líder mundial em soluções de espaços de trabalho – e publicada pela Catho, com mais 20 mil executivos seniores e empresários em 95 países, relatou que 74% dos entrevistados brasileiros acreditam que o trabalho flexível é uma medida fundamental para alcançar maior produtividade.
Por outro lado, depois de Larry Page, presidente-executivo do Google, o mexicano Carlos Slim, 74 anos, o homem mais rico do mundo afirmou que está na hora de uma grande mudança na jornada de trabalho. O empresário disse que o ideal seria trabalhar apenas três dias por semana, com uma carga diária maior e mais dias livres de lazer. O magnata da comunicação acredita que esta jornada de trabalho deixaria as pessoas mais saudáveis e produtivas, além de combater os efeitos do aumento da expectativa de vida nas contas financeiras dos governos.
É uma bela discussão. Em retrospectiva, a partir da escola Taylorista, passamos por teorias e métodos de intervenções psicológicas com base na observação e análise de estímulos e reações, em detrimento da introspecção e da consciência humana, batizada de escola Behaviorista. A seguir, a escola das Relações Humanas, sob a batuta de Elton Mayo, abriu uma perspectiva de entendimento do comportamento humano nas organizações sob um prisma mais sociológico.
As teorias do comportamento humano nas organizações sempre priorizaram a adaptação do ser humano às condições de trabalho. Agora vemos uma inversão nestas discussões, onde as demandas do ser humano são colocadas em primeiro plano. OK, não há nisto nenhuma piedade nisto, é tão somente mais uma racionalização para a melhoria da produtividade. Mas afinal, como disse Valtaire, “o acaso não é, não pode ser, senão a causa ignorada de um efeito desconhecido”.