Uma nova maneira de respirar
O ato de respirar é essencialmente uma troca: o ar entra, nosso organismo recebe aquilo que é vital para nossa sobrevivência e devolve o que não pode ficar em nós. Com essa epidemia, o uso da máscara se tornou um símbolo da busca pela proteção, mas também do isolamento social. Com isso estamos nos esquecendo de respirar, de fazer trocas, cada um com seus medos e inseguranças, lutando para superar cada longo dia. A angústia nos retira o ar.
Principalmente para os profissionais da saúde essa verdade tem se tornado nossa rotina, uma cruel rotina.
Ontem, ao receber a graciosa visita dos músicos da PMMG (ao Hospital Socor) que vieram gentilmente homenagear nossos funcionários, que sofrem e batalham ao lado de cada paciente, tive uma experiência que levarei comigo dentro do coração.
Ao contemplar o efeito que a música e os músicos causavam na equipe, percebi que cada nota daquelas melodias tocadas se elevavam e flutuavam delicadamente até atingir os ouvidos magoados de profissionais que estão em um estado de estresse fenomenal. Consegui ver claramente o trajeto da melodia, passeando por todo o corpo e encontrando morada nos corações, acendendo as almas deles. Cada funcionário como uma lâmpada, iluminando o hospital, e mesmo por trás das máscaras e das lagrimas nos olhos, vi que todos começaram a respirar profundamente.
A música se tornou o mecanismo de troca que nossos corpos estavam esquecendo de utilizar, e a beleza desse momento aliviou não só os funcionários, mas pacientes e todos que puderam participar dessa ocasião.
Agradeço profundamente a todos os envolvidos, vocês nos abraçaram com a música. Muito obrigada!
Stefanea Campanha
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