Uma perspectiva psicológica da conexão entre seguidores e influenciadores

Uma perspectiva psicológica da conexão entre seguidores e influenciadores

A relação entre as formas de vínculo amoroso descritas por Freud e a maneira como o público se conecta aos influenciadores digitais ajuda a explicar por que muitas pessoas seguem esses criadores de conteúdo com tanto entusiasmo. Segundo Freud, investimos afeto em outras pessoas ou objetos com base em aspectos relacionados ao nosso ego ou narcisismo, seja por identificação, aspiração, memória ou pela sensação de cuidado. Esses mesmos mecanismos podem ser observados na relação entre seguidores e influenciadores.

Uma das razões para o público seguir influenciadores é encontrar neles algo que reflete quem já são. Quando o influenciador compartilha interesses, valores ou experiências semelhantes, ele se torna uma extensão do próprio seguidor. Essa identificação gera um vínculo natural, pois reforça a sensação de pertencimento. Por exemplo, uma pessoa apaixonada por esportes pode seguir um criador que compartilha dicas de corrida ou treinos porque vê nele um reflexo de si mesmo.

Outra forma de vínculo é quando o influenciador representa algo que o seguidor deseja ser. Nesse caso, ele se torna um modelo aspiracional, alguém que alcançou um nível de sucesso, estilo de vida ou confiança que o público gostaria de alcançar. É comum que jovens, por exemplo, sigam criadores que simbolizam um ideal de vida ou de comportamento, como um influenciador de moda que projeta elegância ou uma figura que atingiu independência financeira.

Há também uma conexão que ocorre quando o influenciador desperta algo relacionado ao passado do seguidor. Nesse caso, ele pode evocar memórias ou resgatar aspectos que o seguidor valorizava em algum momento da vida e que ficaram para trás. Um exemplo é o influenciador que aborda temas nostálgicos, como filmes antigos ou músicas de uma época marcante, fazendo o seguidor revisitar experiências pessoais.

Por fim, os influenciadores muitas vezes assumem o papel de mentores ou guias, o que remete às figuras que cuidaram e orientaram o seguidor em algum momento da vida. Esse tipo de vínculo é comum em nichos como finanças, saúde ou educação, onde o influenciador fornece informações práticas e apoio, criando uma relação de confiança e utilidade. Um influenciador de finanças que ajuda pessoas a organizar suas contas, por exemplo, pode ser visto como uma figura protetora, alguém que orienta o seguidor em decisões importantes.

Portanto, o vínculo entre público e influenciadores digitais é formado por mecanismos psicológicos profundos, baseados na identificação, aspiração, memória e sensação de cuidado. Ao entender essas conexões, é possível compreender por que tantas pessoas se dedicam a acompanhar o conteúdo desses criadores e como essa relação pode ser aproveitada de forma autêntica por marcas e campanhas.

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