Uma perspectiva sobre o Brasil. Por: Carlos Varela Luc
Uma perspectiva sobre o Brasil
Por: Carlos Varela Luc
O governo do Presidente Michel Temer já deu provas de ter vontade e capacidade para recolocar o Brasil na esteira do desenvolvimento e do progresso.
A aprovação da PEC 241, vulgo PEC do Teto, constitui uma importante ferramenta para controlar a despesa pública e uma via para cortar as "gorduras" do aparelho governativo em todos os níveis. A expressiva aprovação, 366 favoráveis e 111 contra, mostra um poderoso apoio que o governo tem na Câmara de Deputados, também evidencia a capacidade de interlocução que possui junto daquele órgão de poder e ainda mostra eficiência na condução da máquina política.
Uma parte da oposição, no exercício do seu "papel", tenta desacreditar os efeitos da PEC, argumentando, de entre outros, que 20 anos é muito tempo e que o país ficará "engessado", ora todos sabemos que em qualquer momento, desde que adequado, o mesmo "poder" que agora aprova esta "medida" poderá revogá-la.
O país vive um momento crítico que deve ser gerido com muita argúcia e "mão-de-ferro", com muita ponderação mas sem hesitações, o tempo voa. Atender os vários interesses em jogo, cuja resultante permitirá uma base de apoio estável que, por seu turno, ocasionará uma, tão rápida quanto possível, reconstrução nacional, é imperativo da situação e obriga a um rigoroso "jogo" de enquadramento político e social.
O Brasil é um país difícil mas maravilhoso. Difícil porque o conjunto não funciona em uníssono, as estruturas não são unânimes na conduta, é um país de acentuadas assimetrias em todas as áreas e aspectos do quotidiano, o que é natural num país com 8,5 milhões de km2 e influências de povos tão diversos, tanto na fase de colonização quanto na de imigração, esta que ainda perdura ainda que com características muito diferentes da que influiu no actual cenário social, político e económico. Maravilhoso porque, apesar de muitos "tropeções", tem conseguido manter um cariz democrático e proporciona meios de sobrevivência, mesmo para os mais desfavorecidos (o povo brasileiro é, por natureza, lutador), não há notícia de que alguém tenha morrido de fome apesar de se saber que, por deficiência da prestação de serviços, nomeadamente de saúde, algumas pessoas morrem por falta de atendimento, também se conhecem muitas situações de condições de vida não condizentes com o século XXI.
É de lamentar que os juros tenham atingido em Setembro pºpº os 463%, o que em nada ajuda o relançamento da economia e a recuperação da confiança, esta tão necessária principalmente à classe empresarial, que investe, cria postos de trabalho, correndo riscos gera riqueza, precisa de confiança.
Parece que o país está na "mão" do sistema bancário sob forte influência dos sindicatos dos empregados. Num país com mais de 12 milhões de desempregados contra 34,2 milhões de pessoas com carteira assinada, os empregados bancários, após 31 dias de greve conseguem melhorar substancialmente os seus proventos. Durante a greve houve resistência da entidade patronal que acabou por ceder para logo em seguida aumentar os juros cobrados aos cidadãos e, outros aumentos virão para reequilibrar as contas sem prejudicar os aberrantes resultados. Claro que, face aos avultados lucros obtidos pelas instituições bancárias, os órgãos representativos dos trabalhadores têm muita razão em querer partilhar esses resultados mas, atendendo ao actual momento que o país vive, não seria justo que os bancos "abrissem mão" de tão desproporcionados lucros e os trabalhadores partilhassem o "espartilho" exigido a todos?
"O INSS encontra irregularidades em 8 de cada 10 auxílios-doença revisados" Como é isto possível? Como é que a estrutura que deveria controlar, defendendo a "carteira" do contribuinte sem deixar de prestar auxílio a quem de facto precisa, permite que a situação chegue a este ponto?
Há dias, numa entrevista, alguém apanhado a trabalhar e a receber o auxílio há vários anos dizia que não haveria problema se lhe cortassem o auxílio mas que era contra repor o que já havia recebido. Que moralidade tem esta pessoa que se locupletou de dinheiro ilícito? É claro que muitos outros se apropriaram de muito mais mas.......
Há poucos dias o Presidente da República disse numa entrevista que “Se não fizermos os cortes agora, não teremos um País saudável daqui 4, 5 anos. (…) Se não houver um certo sacrifico, não tiramos o País da crise."
Se cada um fizer um pouco, contribuir com um pouco, tudo voltará à normalidade muito em breve. Haja confiança no provir.
Apesar de tudo eu continuo a acreditar no Brasil, sei que vale a pena. Resido e trabalho aqui e avalio, "in situ" com "olhos" de 67 anos de vida intensa, 50 dos quais em cenário internacional desenvolvendo actividades empresariais, o potencial deste imenso país concluindo que é só "um momento" menos bom que em breve será totalmente ultrapassado.
Aliás, acredito que o pior já passou e que o país, ou parte dele, vive já um cenário de recuperação. Decorrem em Santa Catarina as festas do mês de Outubro que têm uma forte afluência. Blumenau, onde decorre a "oktoberfest", tem a capacidade hoteleira ocupada a 100%. Por todo o estado se promovem espectáculos e festas que têm mobilizado centenas de milhares de pessoas. Os preços praticados são, se atendermos às condições do país, altos, em alguns casos muito altos. As imagens televisivas mostram os recintos cheios. Todos os fins-de-semana as estradas enchem-se de famílias rumo a zonas de lazer. Onde está a crise? Certamente já passou e vive-se uma fase de recuperação da confiança, pelo menos para os que têm emprego garantido.
Por: Carlos Varela Luc