Uma questão de Coerência
Nem tudo o que esta quarentena trouxe foi mau. Entre os benefícios identificados por algumas pessoas encontra-se a tomada de consciência sobre aquilo que é essencial nas suas vidas, por oposição ao que é supérfluo, desnecessário e trivial. É possível fazer perdurar estes benefícios? Acreditamos que sim. Descubra como.
Tomada de Consciência
Depois do inevitável medo e ansiedade iniciais, ao fazer uma pausa para refletir, para simplesmente ser e estar comigo próprio e com aqueles que me são mais próximos, muitos de nós reencontrámos hábitos e propósitos que identificamos como muito relevantes mas que, por uma razão ou por outra, fomos deixando cair ao longo tempo.
De que propósitos falamos?
Estão em causa coisas simples que, na realidade, são sempre as mais importantes. Propósitos como aquela corrida matinal que me faz tão bem mas que já não fazia há anos. O cozinhar que me ajuda a relaxar a cabeça e inspira a minha criatividade. Ler um livro, estar com os meus filhos, meditar, evitar o consumo desenfreado… Enfim cada um de nós saberá melhor que ninguém o que estes tempos lhe proporcionaram em termos de reencontro e de tomada de consciência.
Quão relevante isto é para mim?
A primeira questão a fazer é: quão relevante isto é realmente para mim e para a minha qualidade de vida? O que está em jogo? Se ajudar na resposta a esta perguntam até podemos utilizar uma métrica simples e intuitiva: de uma escala de 0 a 10, qual é o grau de importância? Quão relevante para mim é não consumir mais do que aquilo que necessito? (para dar um exemplo).
Como garanto que mantenho este propósito no meu dia-a-dia?
Se a resposta à sua questão for afirmativa, então virá a pergunta seguinte: sendo muito relevante, como garanto que mantenho este propósito no meu dia-a-dia? Como é que eu me certifico que, com o regresso progressivo à normalidade, não deixo cair estes objetivos?
No mais íntimo de nós sabemos que existe o risco de repetirmos os comportamentos semelhantes aos que adotamos com as resoluções do Ano Novo, cumprimo-las entusiasticamente no primeiro mês mas vão sendo relegadas para o esquecimento…
Estratégias e Plano de Ação
Poderão surgir muitas respostas, tantas quantas pessoas e maneiras de ser. A regra dos 4 Ps (propósitos poucos, pequenos, possíveis progressivos) poderá ajudar, entre outras estratégias. Não desvalorizando, também, o papel da criatividade que ajuda cada um a reinventar-se e a “dar a volta” aos seus repetidos esquemas de funcionamento interno.
O coaching, certamente, poderá ajudar neste processo, reforçando esta tomada de consciência e contribuindo para a construção do plano de ação para a manutenção destes propósitos.
Por uma questão de Coerência
O que quer que tenha aprendido ou reaprendido sobre si mesmo durante este período, se intui que isso é realmente importante para si não desvalorize, sob pena de estar a desperdiçar uma oportunidade que a vida lhe ofereceu. Poderá viver sem essa aprendizagem? Claro, já o fazia antes disto e poderá optar por continuar a fazê-lo. Mas será isso que realmente deseja?
Dê-se pelo menos uma oportunidade a si mesmo de escolher que rumo seguir. Por uma questão de Coerência.
Inês Raposo – Coach
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