Uma reflexão sobre o futuro do Cinema

Eu adoro filmes, mas confesso que nos últimos anos não tenho assistido tanto quanto gostaria, a situação fica ainda pior quando o assunto é cinema.

Antes da pandemia eu já não frequentava muito as salas de cinema, era uma programa que eu fazia cada vez menos, havia trocado este hábito pelo streaming, muito mais confortável e barato.

Esse comportamento não é só meu, muitas pessoas encontraram na facilidade do streaming e no download uma opção mais acessível para assistir seus filmes prediletos. A evolução da internet, os avanços nos equipamentos televisores e a possibilidade de assistir lançamentos do conforto do seu lar foram minguando as visitas as salas de cinema.

A pandemia do Coronavírus parece ter sido o golpe final neste mercado, o que já estava difícil ficou insustentável. Com as salas fechadas e os estúdios postergando seus lançamentos, as empresas de cinema estão quebrando.

E foi após ler a notícia de que a Cineworld, a segunda maior empresa de cinemas do mundo iria fechar as portas nos Estados Unidos e Reino Unido, acabando com mais de 45 mil postos de trabalho, que me dei conta do tamanho do problema.

Segundo uma reportagem do jornal britânico The Guardian, as “ações da Cineworld despencaram mais de 60% após o comunicado da empresa de que as salas iriam permanecer fechadas por tempo indeterminado”, o que fez inclusive o primeiro ministro britânico Boris Johson implorar para que pessoas voltem as salas de cinema, em uma tentativa desesperada de ajudar o setor a se reerguer, mesmo com o alto risco de contaminação.

O assunto é tão sério que existe uma página na Wikipédia sobre a crise gerada pela pandemia de Corona no setor, você pode acessar o link clicando aqui. O tópico é destinado a falar sobre os filmes que foram adiados, sobre a situação das premiações e os festivais de cinema, bem como sobre o impacto econômico em geral, relatando as perdas do setor no ano de 2020.

Uma ideia para salvar os blockbusters era realizar os lançamentos online, com forte campanha de marketing, estratégia utilizada por Cristopher Nolan no filme Tenet (2020), que parece ter dado certo, já que o filme têm conseguido bons números e está perto de bater os $300 milhões de dólares em bilheteria, mas poderia ser maior, afinal, Nolan é um diretor consagrado e famoso por gerar cifras astronômicas para seus filmes.

O que fica deste texto é uma reflexão sobre o futuro do cinema e do nosso comportamento como sociedade. Será que ainda vamos querer frequentar salas lotadas para ver um lançamento que podemos ver do conforto do nosso lar?

Os resultados de Tenet não apontam para esta tendência, mesmo liderando a bilheteria nos EUA, a Warner Bros já admitiu que manterá o filme pelo maior período possível em cartaz, o que demonstra a importância das salas de cinema para esta indústria.