Uma viagem pela evolução das redes nos últimos 20 anos e o que eu acho que estar por vir
Esse ano, completo 25 anos de carreira. Decidi escrever este artigo como uma forma de organizar minhas lembranças – refletindo sobre o que vivi ao longo dessa jornada, o que estou presenciando agora e o que imagino que o futuro possa reservar.
Ao longo das últimas duas décadas, a tecnologia de redes passou por uma revolução incrível, e eu, senti esses avanços no dia a dia, mesmo sem entender todos os detalhes técnicos. Lembro que, há vinte anos, ter internet banda larga em casa era um luxo para poucos, e a velocidade não chegava nem perto do que temos hoje. Tenho certeza que essa transformação nas redes não foi só uma questão de velocidade. Foi uma mudança em como pensamos e utilizamos a conectividade em praticamente todas as áreas de nossas vidas.
Entre 1999 e 2010, as redes corporativas passaram por uma transformação significativa, impulsionadas pela crescente demanda por conectividade e pela chegada de novas tecnologias. Durante esse período, muitas empresas migraram de redes baseadas em tecnologias como protocolos X25 e Frame Relay para redes baseadas no protocolo IP. Isso foi um passo importante para unificar a comunicação dentro da empresa e simplificar a integração com a internet. Com a adoção de IP, surgiram as primeiras implementações de VoIP (Voice over IP) em redes corporativas, ainda com limitações, mas oferecendo uma alternativa às linhas de telefonia tradicionais.
O Wi-Fi começou a aparecer nas redes corporativas, mas de forma limitada e com velocidades modestas. Redes sem fio nos padrões 802.11a/b/g começaram a ser usadas para dar mais mobilidade aos funcionários, mas geralmente em áreas específicas, e a conexão era vista como algo complementar, não uma necessidade essencial como hoje.
A segurança de rede foi ganhando importância. Firewalls começaram a ser implementados, inicialmente como dispositivos de perímetro para controlar o tráfego entre a rede interna e a internet.
A virtualização começou a despontar no final desse período, isso trouxe a possibilidade de consolidar vários servidores em uma única máquina física, economizando espaço e energia.
O período de 1999 a 2010 foi uma época de grandes mudanças e avanços nas redes, preparando o terreno para a digitalização e a explosão de conectividade que aconteceria nos anos seguintes. As empresas começaram a construir redes mais estáveis, rápidas e seguras, embora ainda fossem limitadas em comparação com o que viria depois.
A Ascensão das Redes
Hoje, as redes são muito mais sofisticadas e rápidas, moldadas para suportar o alto nível de conectividade e as demandas das aplicações modernas. Redes são essenciais para manter a produtividade, a segurança e a inovação nas empresas e se tornaram a espinha dorsal de qualquer operação digital. Elas são desenhadas para se adaptar a diferentes demandas, integrando tecnologias que vão do IoT à Cloud. Não posso deixar de pontuar que para construir uma rede com desempenho, resiliência, segurança e escalabilidade existem questões complexas.
Redes Virtuais
Uma das grandes viradas tecnológicas foi a transição para as redes virtuais. Em muitas palestras e workshops, ouvi falar bastante sobre como a virtualização de servidores e redes possibilitou ambientes de TI muito mais flexíveis e eficientes. A ideia é que, ao invés de precisar de vários equipamentos físicos, como servidores e roteadores, as empresas podem “virtualizar” tudo isso em um único sistema, economizando espaço, energia e custos.
Esse movimento foi impulsionado também pelo advento da tecnologia de Redes Definidas por Software (SDN). Para nós, como usuários, pode parecer que o SDN é só uma sigla a mais, mas quem trabalha com isso garante que ele foi uma grande inovação, permitindo que as redes fossem configuradas e gerenciadas com muito mais facilidade e de forma remota. Ou seja, a rede passou a ser programável e ajustável quase automaticamente.
Segurança e Conectividade com SD-WAN
Na última década, ouvi muitos especialistas destacarem a chegada da SD-WAN (Redes de Área Ampla Definidas por Software) como outro salto importante. Essa tecnologia trouxe mais segurança e eficiência, especialmente para empresas que possuem várias unidades em diferentes locais. Com a SD-WAN, a conexão entre esses locais se torna mais rápida e segura, aproveitando a internet comum, mas com recursos de segurança avançados.
Na minha opinião a conectividade passou a ser muito mais acessível e confiável, permitindo construir uma conexão inteligente e ao mesmo tempo mais simples. A SD-WAN (Software-Defined Wide Area Network) é uma abordagem moderna para redes corporativas de longa distância, permitindo que as empresas utilizem múltiplas conexões como internet, MPLS, 4G/5G de forma inteligente. Diferente das redes MPLS tradicionais, que dependem de roteamento fixo e estruturas que podem ser mais custosas. Embora a SD-WAN tenha revolucionado a conectividade corporativa, o MPLS (Multiprotocol Label Switching) ainda é fundamental para muitas empresas que precisam de alta confiabilidade e baixa latência.
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Nuvem e Multi-Cloud
A nuvem foi outra virada na forma como utilizamos a internet. Hoje, qualquer pessoa que acessa documentos no Google Drive ou assiste a filmes no streaming está usando serviços na nuvem. Nos encontros de tecnologia, os profissionais costumam dizer que isso representa uma mudança imensa, já que empresas conseguem armazenar dados e rodar sistemas inteiros sem precisar de servidores próprios.
Logo depois, surgiu o modelo “multi-cloud”, em que as empresas utilizam várias nuvens de diferentes fornecedores. Em várias discussões, já ouvi que isso evita que tudo fique concentrado em um único lugar e traz mais flexibilidade, mas também adiciona desafios, especialmente em termos de integração e segurança.
5G: A Revolução Prometida
A promessa do 5G tem gerado muita expectativa. Nas últimas feiras de tecnologia, o 5G foi um dos assuntos mais comentados, com muitos profissionais destacando que ele pode revolucionar a forma como nos conectamos, trazendo velocidades absurdamente mais rápidas e um tempo de resposta quase instantâneo. E isso não é só para quem quer ver vídeos em alta resolução, mas para toda a infraestrutura que está se tornando “inteligente”: carros autônomos, cidades conectadas, fábricas automatizadas e muito mais.
Não posso deixar de comentar que fico pensando até onde tudo isso realmente vai se concretizar? Será que o 5G vai mesmo ser tão impactante assim? Será que todos esses dispositivos realmente vão conseguir “conversar” entre si com essa fluidez? A expectativa é grande, mas ainda parece haver um longo caminho até que tudo funcione da forma prometida.
O Futuro: Conectividade Onipresente ou Desafios Inesperados?
Quando pensamos no futuro das redes, parece que estamos à beira de uma nova era de conectividade. Em algumas conversas, já ouvi falar de tecnologias como a computação em borda (edge computing), que pode trazer o processamento dos dados para mais perto de onde eles são gerados. Isso promete melhorar ainda mais a velocidade e a segurança, pois menos dados precisam circular pela rede.
Mas, como alguém que já viu tantas promessas de tecnologia, fico me perguntando: será que tudo vai se concretizar? Ou será que novos desafios, como questões de privacidade e o uso de dados, vão surgir no meio do caminho? E será que todas essas tecnologias vão se tornar acessíveis para todo mundo, ou vão acabar criando uma nova divisão digital?
Seja como for, o que é certo é que estamos em uma era onde a tecnologia está mudando a nossa vida de uma forma muito rápida, e acompanhar essa evolução é um desafio e uma aventura ao mesmo tempo. A conectividade está por toda parte, e mesmo que não saibamos exatamente para onde estamos indo, parece que estamos prestes a ver uma transformação ainda mais impressionante na maneira como nos conectamos.
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Forte Abraço
Thiago Silva