URBANISMO, PRODUTIVIDADE E … REVOLUÇÕES…
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URBANISMO, PRODUTIVIDADE E … REVOLUÇÕES…

Muito mais do que nas épocas anteriores, a sociedade dos últimos tempos tem sido agitada por transformações repentinas e de grande profundidade. Surgiu finalmente, a crise estrutural ou sistémica que os especialistas anunciavam persistentemente…

Até então, as mudanças determinantes resultavam de revoluções económicas, sociais, políticas ou culturais de diferentes características.

A revolução agrícola surge quando o homem encontra os meios necessários para produzir e armazenar alimentos para além das suas necessidades de consumo, iniciando as transacções comerciais que dão origem ao desenvolvimento do mercantilismo e da procura de expansão do espaço territorial.

A Revolução Francesa introduz os conceitos de liberalismo individual e sócio económico libertando o ser humano das teorias religiosas que o dominavam, substituindo a existência essencialmente teológica medieval, em que o pensamento, tal como a ciência, estagnaram perante a divinização de todos os acontecimentos em conceitos que a religião impunha ao poder político.

A revolução industrial que se lhe seguiu, transforma definitivamente a civilização em todos os domínios possíveis, substituindo o mercantilismo pela produtividade, acelerando vertiginosamente - para a época - o seu desenvolvimento, espalhando redes de comunicações, de transportes, produtos e serviços por todas as civilizações, mecanizando e maquinizando tudo o que se consumia…

A revolução tecnológica, que constitui a fase determinante da revolução industrial transforma rápida e completamente todo o sistema de funcionamento da civilização.

Os “dias” necessários ao contacto entre indivíduos ou organizações reduzem-se a instantes, em que simultaneamente a informação alastra a milhões de receptores.

A tecnologia domina completamente o dia-a-dia do homem de tal forma, que este já não possui capacidade para acompanhar as transformações que inevitavelmente interferem na sua vida.

O homem deixa de consumir tecnologia…passa então, drasticamente a ser consumido… por ela…

As comunicações, a informática, a electrónica, a telemática a nanotecnologia, a investigação, assumem o desenvolvimento de tal forma acelerado, que no momento em que o cidadão adquire qualquer equipamento, o modelo que consome está, naquele instante, irremediavelmente desactualizado.

A crise actual que, como sabemos, teve a sua origem na especulação imobiliária – relacionada com o urbanismo, - com a queda da gigante LehmannBrothers nos Estados Unidos em 2007, veio revolucionar por completo a estrutura essencial da sociedade global. Não nos podemos esquecer que o urbanismo e todas as actividades que com ele se relacionam representam a alavanca da actividade económica…

A sociedade, na altura, essencialmente “material” consubstanciada em produtos tangíveis, transforma-se repentinamente, na sociedade virtual global, enfrentando as maiores convulsões e desafios de todo o seu percurso.

Transaccionam-se, em segundos, autênticas fortunas em acções, títulos, minérios, alimentos, como se transaccionam prédios ou fracções, através de comunicações electrónicas, quantas vezes sem identificação dos intervenientes ou dos próprios produtos.

No sistema de economia local, pelo contrário, transaccionam-se, como exemplo, carregamentos de produtos agrícolas, quando na sociedade virtual moderna se adquirem acções das colheitas da produção das décadas seguintes de qualquer produto…sem que se saiba se na realidade serão produzidos.

A sociedade de hoje… atravessa momentos difíceis que determinam o empenho de cada um dos cidadãos na implementação de mecanismos de desenvolvimento, mas simultaneamente, de sustentabilidade económica e ambiental.

Se por um lado a economia virtual exerce a sua influência vital no desenvolvimento em função da economia global, a economia local, por seu lado, sempre representou e representará a solução dos conflitos relativos à produtividade, ao bem estar e à qualidade de vida das populações.

As actividades exercidas pelas pequenas e médias empresas exercem o seu peso de influência há muito reconhecido como alavanca sócio económica na produtividade, no desenvolvimento e na criação de emprego.

Por outro lado, à construção civil, que se assume como incontestável motor do desenvolvimento pelas extensas actividades que impulsiona, tendo excedido as necessidades habitacionais da população portuguesa, só resta a alternativa de reconstruir e revitalizar os espaços urbanos desertificados e abandonados. A reabilitação urbana será o único caminho a trilhar.

As medidas prementes destinadas a dinamizar a produtividade devem ser tomadas de imediato independentemente das questões relacionadas com a dívida ou com acordos com entidades externas.

Só através da “dinâmica local” será possível aumentar a produtividade e assim, melhor distribuir o PIB e só produzindo nos será possível reduzir a dependência externa e exportar.

A economia virtual está em crise crescente e arrastará inevitavelmente, … caso continuemos “embasbacados” com as sombras da dívida e as imposições da Troika, as únicas potencialidades que nos restam … as resultantes do dinamismo “local” como ciclo interno do sistema produtivo.

As migrações são, sem sombra de dúvida, o maior flagelo da sociedade…

 

A fuga de cérebros e o fluxo intenso de emigrantes para fora do país representam motivos para alarme. As migrações são, sem sombra de dúvida, o maior flagelo da sociedade. Tomemos consciência dos tumultos que ocorreram em Paris, Atenas, nos bairros problemáticos nos arredores de Lisboa e agora no Reino Unido.

As migrações representam a inversão do sistema de impulso “local”, como ciclo interno de produção/consumo, dinamizador da qualidade de vida … baseados na vizinhança, na família e na produtividade em ciclo restrito, são um drama que devemos evitar a todo o custo.

Paremos … para pensar e tomemos as atitudes adequadas… afinal não será tão difícil como parece e cada dia desperdiçado representará uma derrota… no combate pelo futuro.

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