Vale do Paraná - Uma aula de Compromisso

O objetivo destas linhas é expressar meu reconhecimento a cultura de compromisso do funcionários da Usina Vale do Paraná. Muitos executivos buscam métodos variados para estimular o comprometimento de suas equipes com a instituição, seus valores e objetivos. Estratégias de premiação de desempenho, treinamento e palestras com especialistas, aplicação de normas e regulamentos rígidos e tantas outras técnicas buscam dar a resposta ao objetivo que perturba o sono da alta liderança de grandes, médias e até pequenas empresas: Ter uma equipe comprometida.

Compromisso não é algo fácil de se conquistar. Comprometidos são indivíduos que não se importam de perder algo de si mesmo em favor do coletivo em que estão inseridos. Podem perder parte do seu tempo particular, parte de seus recursos, parte de seu descanso, parte do seu sono e até, por desequilíbrio comportamental, parte de sua saúde. E o compromisso é algo difícil de se conquistar porque é algo que o comprometido doa sem esperar nada em troca, e por isto, não é negociado. Se o compromisso é obtido pela expectativa de recompensa, é um negócio. Se é obtido por coação, é constrangimento. Mas quando observamos ações espontâneas em momentos de crises, identificamos realmente uma cultura de compromisso.

No último sábado a Vale do Paraná foi vítima de um acidente que é comum no setor sucroalcooleiro em tempos de clima quente e seco. Houve um incêndio no estoque de bagaço. Situação sempre preocupante e que exige sempre cuidado redobrado dos gestores industriais e equipes de prevenção e combate a incêndio. A despeito de todas as precauções, infelizmente, muitas vezes acontece. Este momento de drama chegou para a Vale do Paraná. Nesta crise sobram histórias de funcionários que demonstraram seu comprometimento com a instituição. Funcionários de outros setores que se prontificaram a ajudar em uma crise que não era de sua área de trabalho específico. Funcionários que estavam de folga e abriram mão de seu descanso. Não podemos nos esquecer dos que excederam ou anteciparam suas jornadas de trabalho, deixando o relógio de ponto como peça decorativa da parede. A quase unanimidade que se esqueceu de se alimentar em horário adequado. Um compromisso contagiante que deu forças às mãos, braços e pernas que arrastaram mangueiras, segurando e manipulando canhões de jato-de-água, lutando contra chamas teimosas. 

O fogo foi controlado com a energia deste compromisso coletivo. Esta energia transcende as circunstâncias do evento e me impulsiona a redigir este texto em homenagem a homens e mulheres compromissados com sua instituição, que certamente tem seus méritos de ter uma liderança que os inspira nesta cultura e comportamento.

Rendo também aqui minhas homenagens aos bombeiros militares e funcionários de outras empresas que expressaram seu compromisso com a solidariedade neste drama da Vale do Paraná, comparecendo de pronto no socorro ao sinistro.

Obrigado a todos pela aula sobre COMPROMISSO.

Wilson de Castro e Souza Jr

Gerente de Planta UTE-VPA