Vale do Silício é a inovação que pulsa
Não há como estudar tecnologia e inovação sem conhecer a história e o que é o Vale do Silício. A região na Califórnia, nos Estados Unidos, é o berço de empresas como Apple, Facebook, Google, HP, Udacity, Oracle, Microsoft, e muitas outras, sendo hoje foco de visitas de empresários, executivos e curiosos de todo o mundo que vão até lá para entender o que faz com o que a região produza tanta inovação, tecnologia de ponta e "unicórnios" do mercado.
O que fez (e ainda faz) com que o Vale do Silício seja essa fonte de inovação? A resposta é bem simples: reúna em um lugar pessoas com uma mente aberta, empreendedoras e que nunca, mas nunca mesmo, param de aprender. Dê a elas as ferramentas necessárias e pronto, assista ao processo de inovação acontecer. Vou te explicar o que eu vi (e aprendi) em uma semana no Vale do Silício e podendo acessar algumas dessas "mentes" que vivem lá hoje.
Empreendedorismo não é só abrir empresas
A universidade de Stanford está diretamente ligada à história do Vale do Silício. Ela surge como a primeira universidade da costa oeste dos Estados Unidos, fruto de uma visão empreendedora e uma ação inspiradora de seus fundadores Leland e Jane Stanford, que queriam construir um memorial para o filho Leland Stanford Junior, que morreu na Itália em uma viagem com a família.
Stanford, assim como Harvard, é conhecida por ter um processo seletivo rigoroso, priorizando candidatos com excelente histórico escolar e características pessoais específicas, o que traz ao campus a reunião de pessoas que já são predispostas a construir algo novo e a vencer grandes desafios.
A arte integra a tecnologia
Stanford é repleta de arte, desde as esculturas de August Rodin até a igreja ecumênica erguida no campus. Uma análise mais profunda da história e dos momentos dos artistas já te faz conectar o que cada obra significa em inovação e o que aquele material representa em tecnologia.
A arte também faz parte da arquitetura dos ícones do Vale, como o Google, que possui um campus aberto, colorido e com várias opções de trilhas, isso está vivo nos produtos da empresa com códigos abertos, dinamismo, adaptação e vários caminhos para se chegar a um resultado (certo, Android?). O mesmo podemos dizer quando visitamos o Facebook e encontramos um complexo que parece estar sempre em construção, o produto Facebook é assim, ele está sempre mudando. A Apple? Sua arquitetura é totalmente fechada, inclusive sua sede é em formato de círculo, como uma ilha onde poucos podem entrar.
A diversidade é uma importante regra do jogo
Por todas as empresas que passei durante as visitas e atividades, era claro a diferença entre as pessoas. Eu pensava que ia encontrar um ambiente essencialmente americano, mas não. Principalmente no Google havia pessoas de todos os jeitos, era como se o mundo todo estivesse com um representante ali dentro.
Pessoas de culturas e lugares diferentes têm visões distintas e isso enriquece qualquer produto ou serviço, pois passa a entregar soluções que foram analisadas de várias perspectivas e partindo de visões que não foram limitadas por apenas um ponto de vista e conhecimento de mundo.
A cultura da aprendizagem contínua
Todos nós sabemos a importância de uma boa educação e, quando eu me refiro a isso, não quero dizer sobre a coleção de certificados colados na parede ou de links aqui no Linkedin. Continuar aprendendo é um foco das pessoas que estão concentradas naquele espaço por reconhecerem que tudo muda rápido e que ninguém sabe de tudo. Testar tudo que se aprende também é uma forma de continuar aprendendo.
A disrupção da ideia de que a educação não está dentro de uma sala de aula, mas sim espalhadas em tantas temáticas, figuras, testes e tecnologia é o que faz o novo acontecer.
Aprender, testar, analisar e voltar ao ciclo com a implementação de melhoria é o que faz as startups aprenderem e, por isso, crescerem ainda mais rápido. Essa cultura de aprendizagem contínua é o que move as empresas do Vale do Silício.
Por fim, a descoberta.
Não adianta ir até o Vale do Silício pesquisar tudo o que as empresas lá fazem e voltar com uma mala cheia de ideias que não serão praticadas por uma infinidade de porquês. Também entendi que nós, brasileiros, podemos ter um "pontinho" a mais na conta, por normalmente sermos acostumados a ter menos recursos para criar coisas e não há como negar como isso exige da nossa criatividade e dedicação.
Se você que está lendo isso quer recriar esse ambiente inovador onde você está, preocupe-se na construção da sua equipe e em como potencializar todos esses talentos que você encontrou. Lembre-se: há respostas que podem ser encontradas onde menos se espera e isso quebra a barreira do preconceito de que só existe um caminho ou um processo.
Precisamos aprender coisas novas, como profissional e como empresa, não só para garantir crescimento e desenvolvimento em um mercado dinâmico, mas também para permanecermos livres de qualquer barreira que nos impeça de pensar diferente.
#LifelongLearning
Aryadne Zonetti
Economics and Applied Data Science | FGV Ph.D.
6 aVocê "pegou" o espírito da coisa! 👍😀 Muito bom!