Vale a pena ser um workaholic?
Gostar de trabalhar é uma qualidade profissional bastante apreciada pelas empresas, mas quando esse ‘gostar’ se transforma em vício, o que o profissional deve fazer?
A necessidade de estar sempre trabalhando pode esconder um problema que afeta muitos trabalhadores, chamados de workaholics. Com a alta concorrência no mercado de trabalho, cada vez mais profissionais se sentem pressionados a entregarem resultados maiores e a terem uma performance acima da média, o que faz com que abram mão da vida em família e do convívio social, transformando o trabalho na única fonte de satisfação pessoal.
“Hoje são constantes os casos de workaholics e isso se percebe a partir do momento que a pessoa não consegue se desligar do trabalho. A pessoa se torna um trabalhador viciado e compulsivo, mesmo fora de seu ambiente de trabalho”, explica Celso Bazzola, especialista em recursos humanos e diretor executivo da Bazz Consultoria.
No entanto, pensar só em trabalho e gastar boa parte das horas do dia somente nesta atividade pode prejudicar bastante o rendimento e a qualidade do que é entregue pelo profissional. Afinal, o distúrbio pode trazer graves consequências, como insônia, mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas em situações de pressão e, muitas vezes, depressão.
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“Acredito que para a empresa a situação traz mais desvantagens do que vantagens. Inicialmente pode ser interessante, pois a velocidade dos resultados é satisfatória, porém há um desgaste emocional natural do profissional, pois ele estará isolado e restrito ao tema trabalho, bloqueando sua sociabilização o que poderá resultar em sérios transtornos futuros para sua vida”, opina o especialista.
Os workaholics constantemente trabalham mais de 12 horas por dia no escritório e ainda levam serviço para casa. Além disso, costumam receber críticas por ficarem conectados no celular nos fins de semana, checando mensagens e pendências do trabalho. Se este for o seu caso, Celso deixa um alerta: “Não há pecados em trabalhar esporadicamente além de sua carga diária, desde que essa ação seja meramente por necessidade de urgência. A partir do momento que se torna algo constante, é momento de refletir”.
Um trabalho saudável é aquele que não aprisiona a pessoa na necessidade constante de falar e agir por ele. Quem acorda, passa o dia todo e vai se deitar pensando nas tarefas que precisam ser executadas, talvez precise reavaliar seus comportamentos e buscar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
“Este profissional tem de valorizar mais os momentos de lazer e perceber que o descanso é fundamental para melhoria de resultados e busca de novas ideias que podem potencializar os resultados no trabalho”, avisa Celso. “Além disso, o fato de ser um workaholic não significa que o profissional seja mais produtivo que os demais. Algumas pessoas simplesmente não conseguem ter organização no seu dia a dia e por isso acabam trabalhando mais tempo para entregar o mesmo resultado”, pondera.