VALORIZAÇÃO DA CADEIA DE VALOR LOCAL – ONDE É POSSÍVEL FAZER NOVOS NEGÓCIOS?

VALORIZAÇÃO DA CADEIA DE VALOR LOCAL – ONDE É POSSÍVEL FAZER NOVOS NEGÓCIOS?

É inegável que as agendas ESG movem as decisões das grandes organizações nos últimos tempos. Por mais que existam diversas empresas e influenciadores corporativos que resistam à importância do tema, o fato de estarmos em maio a uma migração para uma economia de baixo carbono e a visão futura da necessidade de ter os riscos empresariais mais claros para as partes interessadas, direciona mesmo que de forma indireta ou inconsciente as decisões das empresas quanto as suas próximas atitudes.

Um dos movimentos mais marcantes percebidos nos últimos tempos alinhados à esse ponto, está a busca pela valorização da cadeia de fornecimento local, alinhando diversos contextos que mobilizam uma redução de riscos para as grandes empresas. Seja pela redução nas emissões de carbono, seja pelo desenvolvimento econômico da comunidade local ou até mesmo pela redução do risco na compra de produtos e serviços ligados à trabalho infantil ou análogo ao escravo, as grandes empresas passaram a colocar em sua estratégia o trabalho com empresas regionais visando reduzir seus riscos e principalmente proteger sua reputação diante dos questionamentos da sociedade por sobre a origem e rastreabilidade dos produtos que consome.

Esse movimento, trás uma oportunidade relevante principalmente para os pequenos negócios alinhados com as práticas ESG, visto que hoje para as grandes empresas o maior desafio para garantir a sustentabilidade de sua cadeia de valor está em encontrar fornecedores (normalmente de pequeno porte) que tenham uma agenda ESG estruturada para assim compactuar com os valores dessas grandes organizações.

Nesse contexto, as pequenas empresas que por muitas vezes observaram a agenda ESG como uma movimentação distante da sua realidade, que impacta apenas grandes empresas ou organizações de capital aberto, precisarão posicionar-se proativamente para aproveitar esse momento do mercado. Nesse movimento, vale salientar que essas empresas não devem estruturar uma agenda focada em ações pontuais e genéricas tentando encantar as grandes empresas, mas sim, estruturar uma estratégia que alinhe os anseios das suas partes interessadas com os objetivos internos da empresa e que mostre de forma objetiva e clara seu esforço para mitigar seus riscos e potencializar suas oportunidades.

Nesse cenário, os pequenos negócios têm outras vantagens, a existência de leis de fomento, linhas de crédito verde vantajosas exclusivas e até mesmo centros de formação, oferecem subsídios e condições para que a organização de pequeno porte possa sair da inércia e começar a se mover rumo a esse trajeto de transição econômica.

Para aqueles que entenderem que o momento não é agora, perceberão seus concorrentes fazendo negócios com grandes empresas e para manter-se no mercado, necessitarão espremer suas margens para tentar continuar negociando através da atratividade do preço, sendo que o mercado tem tomado a decisão (mesmo que de forma lenta) de pagar um pouco mais, para garantir a redução de seus riscos relacionados à cadeia de valor.

A agenda ESG precisa ser rapidamente desmistificada, diante desse atual momento em que se acredita que esse processo envolve filantropia, apelo social e ativismo ambiental. Devemos entender que a agenda ESG nasceu no mercado financeiro e o tema passou a se tornar tão importante não porque “ações bonitas são sua prioridade” mas porque os riscos relacionados à governança ambiental, social e corporativa custam caro para os negócios e por isso, neste momento é mais inteligente acelerar o processo e reduzir os riscos do que esperar a regulação e precisar pagar toda essa conta.

#ESG #gestao #sustentabilidade

Karin W F Correa

Criadora do conceito ESG + Humano | Gestora Socioambiental e Fundiário | Criadora de Conteúdo Digital | Escritora | Palestrante | Mentora em ESG

8 m

Exato Luiz! O ESG ja não é só para os "grandes" até porque com o detalhamento da cadeia produtiva muitos médios e pequenos também serão impactos pelas demandas de ESG dos grandes. Mesmo que a sigla mude, estamos falando de sustentabilidade a curto, médio e longo prazo, e no final do dia todo CNPJ é feito de CPFs, e por isso entender de gente é um pilar essencial, e se esse é um desafio nas grandes corporações também é nas pequenas, concorda?

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